São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2011

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CLÓVIS TOITI SEKI (1946-2011)

Trocou tudo pela acupuntura

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

A acupuntura, que Clóvis Toiti Seki conheceu no Japão, na década de 80, mudou os rumos de sua carreira. Até então envolvido com a medicina do trabalho, tema sobre o qual publicara alguns trabalhos, largou tudo para se dedicar às agulhas.
Filho de imigrantes japoneses, nasceu em Assaí (PR). Seus pais se conheceram no Brasil e se uniram num casamento combinado pelas famílias. O relacionamento, porém, não deu certo, e sua mãe decidiu se separar nos anos 50, fato raro na comunidade japonesa da época.
A mãe trabalhou como empregada e depois numa lanchonete para manter os três filhos enquanto estudavam. Clóvis, assim como o irmão Mario, formou-se em medicina nos anos 70, na Universidade Estadual de Londrina.
Durante os estudos, perdeu a mãe, e como não teve condições de dar a ela um tratamento adequado, fez a promessa de ajudar pacientes que não tinham dinheiro.
Após se formar, mudou-se para São Paulo, onde enveredou pela medicina do trabalho até conseguir uma bolsa de estudos no Japão. Ficou lá seis meses e se encantou com a acupuntura, técnica pela qual brigou para que fosse levada a sério no Brasil.
Até o fim da vida, atendeu -em alguns casos, de graça- na Lapa, em São Paulo.
Segundo a família, Clóvis era um pouco sisudo.
Há um ano e oito meses, descobriu um câncer gastrointestinal. Morreu no sábado, aos 65 anos. Teve três filhos e três netos, do primeiro casamento. Vivia com a segunda mulher, Heloisa. O enterro foi em Londrina, ao lado da mãe, como desejou.

coluna.obituario@uol.com.br


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