São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2011

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Justiça quebra sigilo de PMs do caso Juan

Serão investigadas 10 linhas telefônicas de 8 policiais suspeitos de envolvimento no desaparecimento do garoto

Corpo do menino foi enterrado ontem à noite em cemitério de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense


DIANA BRITO
DO RIO

A Justiça decretou a quebra do sigilo telefônico de oito policiais militares do 20º Batalhão de Mesquita, na Baixada Fluminense. O objetivo é apurar o envolvimento na morte de Juan Moraes, 11.
Na decisão, o juiz Márcio Alexandre Pacheco da Silva, do 4º Tribunal do Júri de Nova Iguaçu, determinou que dez linhas telefônicas dos PMs tenham o sigilo de dados quebrados no período entre 2 de junho e 4 de julho.
Os PMs participaram de ação na favela Danon, em Nova Iguaçu, em 20 de junho. Esse foi o dia em que Juan desapareceu, após ter sido visto baleado no pescoço, conforme testemunhas.
Ontem, representantes da ONG Rio de Paz estenderam no Corcovado uma faixa com a foto do menino e os dizeres "Quem matou Juan?".
A entidade pretende fazer nova manifestação hoje, desta vez na praia de Copacabana, na zona sul. O objetivo é cobrar uma solução das autoridades para o caso.
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que, se ficar comprovado o envolvimento, os PMs serão "punidos exemplarmente".

ENTERRO
O corpo de Juan foi enterrado na noite de ontem, sob escolta policial, no cemitério central de Nova Iguaçu.
Mais cedo, o pai do menino tinha informado que a cerimônia seria hoje, mas ela foi antecipada por motivos de segurança -a mãe e um dos irmãos de Juan, Weslley, 14, baleado no dia em que ele desapareceu, estão incluídos em programa de proteção.
Segundo a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, que pagou pelo enterro, estiveram presentes cerca de 20 pessoas, além dos pais do menino. Depois do enterro, a família foi para um local sigiloso.
A morte de Juan foi confirmada só anteontem, uma semana após o corpo ter sido achado às margens de um rio. Inicialmente, a polícia disse que o corpo, já em estado avançado de decomposição, era de uma menina.
A perita que o identificou será alvo de sindicância. Para a polícia, ela foi "precipitada". Exame de DNA confirmou que se tratava de Juan.
O IML ainda não concluiu o laudo que apontará de que forma ele foi morto.

Colaborou LUIZA SOUTO, do Rio.


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