São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2011 |
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Com frases de efeito, Lanzmann faz barulho GABRIELA LONGMAN ENVIADA ESPECIAL A PARATY "Sou eu que vou começar perguntando: quem aqui leu meu livro?" Assim Claude Lanzmann inaugurou sua entrevista coletiva ontem à tarde em Paraty. Não tinha vindo para ser simpático. Desde que chegou, o escritor francês reclamou com frequência da comida e do clima; diz que se sente péssimo. "Não entendo por que não fazem este festival no verão. Será que tem um cemitério aqui perto caso eu morra?" Anteontem, por volta da meia-noite, pediu que uma assessora conseguisse uma jaqueta, cobertores e um aquecedor para seu quarto. Perguntam se tem obsessão pela morte. "Digo que sim, mas é preciso ressaltar que não se trata de uma obsessão. Penso nela a todo instante, mas conscientemente. Uma obsessão é algo de que não se tem consciência." Sua vinda à Flip coincide com o lançamento da autobiografia "A Lebre da Patagônia" (Companhia das Letras), em que narra sua vida intensa: a participação na resistência ao nazismo, o relacionamento amoroso com Simone de Beauvoir, a história de seus filmes sobre a questão judaica e sobre Israel. "Quando Stálin morreu, meus olhos se encheram de lágrimas. Eu sabia quem era Stálin, sabia sobre seus crimes. Mas fiquei comovido quando li a narração do enterro no jornal." Suas memórias desembocaram em suas impressões sobre a atualidade. "O século 20 foi um século épico. No século 21, as pessoas só se reproduzem e ganham dinheiro, não acontece nada." Hoje, Lanzmann fala às 19h30 numa das conferências mais aguardadas: "A Ética da Representação". Texto Anterior: 9ª Festa Literária Internacional de Paraty "Milagre deveria ser termo da neurociência", afirma Nicolelis Próximo Texto: Revista "Granta" vai ter edição só com brasileiros Índice | Comunicar Erros |
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