Na casa de Juan Carlos Ramírez Abadía, a PF apreendeu US$ 544 mil, R$ 55 mil e 250 mil, parte dentro de caixas de som

Colombiano submeteu-se a pelo menos quatro cirurgias plásticas no rosto para tentar não ser reconhecido; prisão foi na Grande SP

KLEBER TOMAZ
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal prendeu ontem um dos traficantes de drogas mais procurados no mundo. O colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, 44, foi detido, sem oferecer resistência, às 6h, em sua casa de 1.800 m2, num condomínio de alto padrão de Aldeia da Serra, em Barueri (Grande São Paulo).
Abadía estava na lista do DEA (Drug Enforcement Administration, a agência americana contra drogas), que ofereceu até uma recompensa para quem desse informações sobre seu paradeiro.
Abadía, que foi preso com o nome falso de Marcelo Javier Unzue, fez ao menos quatro cirurgias plásticas no rosto (três no Brasil -Porto Alegre, Curitiba e São Paulo) para tentar não ser reconhecido.
Segundo a polícia, ele costumava também usar disfarces ao sair de casa. Teria oito. Utilizava-se de perucas, óculos, bigodes e cavanhaques falsos etc.
Abadía, que ficou sete anos preso na Colômbia, é acusado pelos Estados Unidos de crimes corporativos, tortura, homicídio, tráfico internacional, seqüestro e lavagem de dinheiro. É suspeito de ter mandado matar 315 pessoas (300 na Colômbia e 15 nos EUA).
"Hoje ele representa o substituto [em termos de importância] de Pablo Escobar [traficante colombiano morto em 1993, chefe do Cartel de Medellín]", disse Jaber Makul Hanna Saadi, superintendente da PF em São Paulo. Abadía chefia o Cartel do Vale do Norte colombiano, com outros sete aliados (procurados na Colômbia).
Segundo a PF, ele era procurado havia dois anos no Brasil, onde passou por três Estados. Um deles foi o Rio Grande do Sul, onde recrutou trabalhadores rurais -daí o nome da operação da PF, vinda da Guerra dos Farrapos. Agentes do DEA acompanharam a ação.
A investigação teve início em outubro de 2005, quando um avião de pequeno porte com resquícios de droga caiu na região de Curitiba (PR).
Na casa de Abadía, a PF apreendeu US$ 544 mil, R$ 55 mil e 250 mil -parte do dinheiro estava escondida dentro de caixas de som.


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