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PERIGO NO AR
Se for condenado, pena de Leonardo Teodoro de Castro, que está com prisão decretada, superará 200 anos
Família esconde professor do caso TAM
CRISPIM ALVES
da Reportagem Local
O professor Leonardo Teodoro
de Castro, 59, acusado de ter explodido parte de um Fokker-100
da TAM no dia 9 de julho do ano
passado, foi escondido pela sua família. O local do "esconderijo"
está sendo mantido em absoluto
segredo. Em princípio, nem seu
advogado, Tales Castelo Branco,
saberia onde fica o lugar. Castro
está com a prisão preventiva decretada desde o final da semana
passada, quando desapareceu.
"Ele foi levado para um local seguro", declarou Castelo Branco.
Castro foi denunciado pela Procuradoria da República por causa da
explosão, que provocou a morte
do engenheiro Fernando Caldeira
de Moura, jogado para fora da aeronave. Ele foi acusado de homicídio doloso qualificado, tentativa
de homicídio qualificado (50 vezes), tentativa de homicídio qualificado contra menores de 14 anos
(8 vezes) -agravados pelo emprego de explosivo- e provocação de
sinistro em meio de transporte aéreo. Se for condenado com base
nessa denúncia, a pena de Castro
deverá ser superior a 200 anos.
De acordo com a procuradoria, a
prisão do professor foi decretada
porque ele representaria "perigo
à sociedade e à sua própria vida".
Há suspeitas de que ele tenha tentado se suicidar quando foi atropelado por um ônibus dias após a
explosão do avião. Por conta do
atropelamento, que deixou sequelas em seu cérebro, o acusado ficou mais de cem dias internado.
Na última terça-feira, agentes da
Polícia Federal em Belo Horizonte
foram até Divinópolis, onde o
professor estava morando, em casa de parentes. No entanto, nada
encontraram. Só alguns parentes,
que afirmaram não saber o paradeiro do acusado.
Segundo Castelo Branco, Castro
vai ficar escondido enquanto perdurar a decisão de encaminhá-lo
para um presídio comum. "Se essa ameaça permanecer, ele não vai
se apresentar. Ele não pode perder
sua dignidade. Enquanto isso não
acontecer, ele vai continuar resguardado", afirmou o advogado,
que considera arbitrária a decisão
de prender o professor.
No entanto, caso a Justiça ofereca uma instituição psiquiátrica para internar o acusado, Castelo
Branco declarou que a família e ele
estão dispostos a pensar. "Ele é
um homem inválido. Não pode ficar em qualquer lugar."
"Ele (Castelo Branco) tem que
dizer isso nos autos. Só assim poderíamos nos manifestar a respeito do assunto", declarou o procurador Paulo Taubemblat.
O advogado afirmou que já está
elaborando o pedido de habeas
corpus do professor. O documento deve ser entregue à Justiça dentro de dez dias. Castelo Branco
continua sustentando a inocência
de seu cliente. Para ele, as investigações foram muito precipitadas.
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