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SAÚDE
Matemáticos e atuários são a ocupação mais atingida pela doença, mas representam grupo pequeno e concentrado em SP
Governo lança ranking de Aids por profissão
da Sucursal de Brasília
Os matemáticos e atuários e os
enfermeiros diplomados são os
grupos profissionais com maior
incidência de Aids no país, segundo pesquisa feita a pedido do Ministério da Saúde.
Os matemáticos e atuários têm
2.631,58 homens infectados em
um grupo de 100 mil profissionais,
mas eles representam um grupo
pequeno e estão concentrados em
São Paulo. Já os enfermeiros diplomados apresentam uma alta
incidência em praticamente todas
as regiões brasileiras (1.110,04 infectados por 100 mil profissionais), com exceção da Norte.
Segundo a assessoria da Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids,
ainda não é possível afirmar qual a
causa da alta incidência de infecção por HIV entre os enfermeiros.
Entre os não-diplomados, há
160,84 infectados por grupo de 100
mil profissionais.
Metodologia
A pesquisadora Conceição Cassano Torres, da Fiocruz, elaborou
o estudo cruzando dados do IBGE
sobre número de trabalhadores
em cada profissão e a ocupação
declarada nas notificações de casos de Aids entre homens feitas em
1995. Os dados populacionais se
referem ao ano de 1991.
A pesquisa mostra que há incidência da doença em todas as profissões. No início da epidemia no
país, havia a idéia de que ela se restringia a determinados grupos,
principalmente homossexuais.
A partir daí, criou-se um mito
segundo o qual a doença atingia
sobretudo cabeleireiros e artistas.
Segundo o cruzamento de dados
feito por Conceição, a incidência
de Aids no grupo de cabeleireiros
é de 572,96 por 100 mil profissionais, mais baixa do que em ocupações como governantes e mordomos (788,95) e arquivologistas e
museólogos (763,36).
Ocupações técnicas
O estudo dividiu os profissionais
em nove grandes grupos de ocupação. Os enfermeiros, matemáticos e atuários fazem parte daquele
com maior incidência de casos da
doença, o de ocupações técnicas,
científicas, artísticas e assemelhadas (61,69 por 100 mil).
Nesse grande grupo estão profissionais como arquitetos, farmacêuticos, economistas, cientistas
sociais, professores pesquisadores, escritores e jornalistas, decoradores e cenógrafos, artistas de
cinema, teatro, rádio e TV.
O Ministério da Saúde alerta que
isso não significa que essas profissões sejam de risco, apenas indica
um número alto de notificação.
Segundo o ministério, o fato de
haver alta incidência entre arquitetos, por exemplo, não significa
que os profissionais da área corram risco de se contaminar com o
vírus HIV.
(BETINA BERNARDES)
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