São Paulo, quinta-feira, 08 de setembro de 2011

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PM ocupa favelas vizinhas do Alemão

Morros da Baiana e do Adeus, na zona norte do Rio, foram usados como base para ataques de traficantes ao Exército

Segundo as forças de segurança, criminosos se esconderam nas matas da região após tentativa de invasão


Paula Giolito/Folhapress
Blindados do Exército chegam à favela da Grota, no complexo do Alemão

DO RIO

A PM do Rio ocupou ontem os morros do Adeus e da Baiana -favelas vizinhas ao complexo do Alemão, alvo de tentativa de invasão de traficantes. Segundo a polícia, as áreas foram usadas como base para o ataque de terça. Cerca de 120 PMs ficarão no local.
As forças de segurança têm informações de que traficantes se esconderam nas matas do Alemão após a tentativa de invasão. No complexo, bueiros foram abertos e barricadas, montadas para impedir a circulação do Exército. Dois blindados foram usados para abrir caminho.
Este foi o terceiro confronto tendo como alvo o Exército, que ocupa a região desde novembro com 1.200 soldados. O efetivo terá agora o reforço de mais 200 homens.
O general Adriano Pereira Junior, chefe do Comando Militar do Leste, atribuiu os enfrentamentos entre moradores e militares no domingo e segunda-feira à ação de pessoas ligadas ao tráfico.
Para ele, foi uma reação à decisão da força de estender sua permanência até junho de 2012 -eles sairiam em outubro deste ano. "Houve ordens para que elementos, soldados do tráfico, tentem criar tumulto, desconforto e provocação à tropa", disse.
Na quinta passada, militares fecharam depósitos de botijões de gás da família do traficante Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, um dos chefes da facção criminosa Comando Vermelho.
Investigações da Secretaria de Segurança apontam que, na terça, 40 homens armados subiram os morros do Adeus, da Baiana e Vila Cruzeiro, de onde fizeram disparos. Adeus e Baiana não fazem parte da área de atuação do Exército, razão pela qual os 120 PMs foram chamados.
Quatro militares foram afastados após os confrontos no Alemão desta semana.
Segundo o general Adriano, eles "perderam o controle" e não perceberam que a confusão "era armadilha". (DIANA BRITO, ITALO NOGUEIRA E MARCO ANTÔNIO MARTINS)



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