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São Paulo, quarta-feira, 08 de outubro de 2003

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POLÍCIA SOB SUSPEITA

Conversa de Desgualdo com assessor foi gravada em julho

Procurador avalia grampo de delegado

DA REPORTAGEM LOCAL

A Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo começou a avaliar ontem se há indício de crime na conversa mantida entre o chefe da Polícia Civil paulista, Marco Antonio Desgualdo, e seu principal assessor, flagrada em grampos telefônicos da investigação que levou à prisão do maior contrabandista de cigarros do país, Roberto Eleutério da Silva, o Lobão.
Na interceptação, realizada às 9h15 do dia 15 de julho deste ano, Desgualdo fala com o delegado Luiz Carlos dos Santos, o China, sobre um delegado de São José dos Campos, integrante do Conselho Superior da Polícia Civil -a cúpula da corporação-, que estaria sendo investigado pelo Ministério Público Estadual por suposta ligação com bicheiros.
No diálogo, Desgualdo revela ao assessor que o policial estava com seus telefones grampeados e que a mulher dele havia sido fotografada em um hotel ao lado de bicheiros. A Procuradoria irá avaliar se a gravação demonstra que o delegado-geral mandou alertar o delegado de São José dos Campos sobre a investigação -o que caracterizaria prevaricação. "Tinha que chegar para ele [o delegado] hoje", diz Desgualdo na gravação.
A transcrição do grampo foi enviada ao procurador-geral de Justiça do Estado, Luiz Antonio Guimarães Marrey, pela juíza-corregedora Ivana David Boriero, do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), que investiga policiais flagrados nas gravações do Ministério Público Federal. Em razão do cargo, Desgualdo tem foro diferenciado.


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