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PONTA GROSSA
Paciente morreu à espera de atendimento
Contaminação hospitalar obriga Santa Casa a interditar UTI no PR
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Uma contaminação hospitalar
que atingiu cinco pacientes da
UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa de Misericórdia
de Ponta Grossa (114 km a oeste
de Curitiba) levou a equipe médica do hospital a interditar a área.
Em razão da interdição, um homem de mais de 50 anos teria
morrido na fila do hospital anteontem, por não ter conseguido
tratamento especializado.
A infecção foi confirmada à
Agência Folha pelo diretor clínico
da Santa Casa, Dalton Scarpin
Gomes. Segundo ele, de sexta-feira até ontem, cinco pacientes foram atingidos pela bactéria acinetobacter. Os resultados de três outros pacientes da UTI só devem
ficar prontos hoje.
"Assim que detectamos o problema, isolamos a UTI e não recebemos pacientes", disse Gomes.
Segundo ele, a interdição causa
transtornos ao atendimento hospitalar de Ponta Grossa, onde há
escassez de leitos.
Ele não atribui a morte de um
paciente da fila de espera à interdição. "O paciente chegou com
quadro de derrame cerebral e não
se pode dizer que ele também não
teria morrido na UTI, se tivesse
sido internado", disse.
Só neste ano, 39 pessoas morreram na fila à espera de vaga em
UTI, em Ponta Grossa. A cidade
conta com 25 leitos, quando o mínimo necessário seria de 53. Há
dois meses, o Ministério da Saúde
liberou recursos para a criação de
mais dez vagas. Elas foram abertas no hospital Cidade, mas ainda
estão interditadas porque a direção do hospital não instalou elevador ou rampa de acesso, nem
tem infra-estrutura de suporte.
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