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São Paulo, quarta-feira, 08 de outubro de 2003

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PONTA GROSSA

Paciente morreu à espera de atendimento

Contaminação hospitalar obriga Santa Casa a interditar UTI no PR

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Uma contaminação hospitalar que atingiu cinco pacientes da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa (114 km a oeste de Curitiba) levou a equipe médica do hospital a interditar a área. Em razão da interdição, um homem de mais de 50 anos teria morrido na fila do hospital anteontem, por não ter conseguido tratamento especializado.
A infecção foi confirmada à Agência Folha pelo diretor clínico da Santa Casa, Dalton Scarpin Gomes. Segundo ele, de sexta-feira até ontem, cinco pacientes foram atingidos pela bactéria acinetobacter. Os resultados de três outros pacientes da UTI só devem ficar prontos hoje.
"Assim que detectamos o problema, isolamos a UTI e não recebemos pacientes", disse Gomes. Segundo ele, a interdição causa transtornos ao atendimento hospitalar de Ponta Grossa, onde há escassez de leitos.
Ele não atribui a morte de um paciente da fila de espera à interdição. "O paciente chegou com quadro de derrame cerebral e não se pode dizer que ele também não teria morrido na UTI, se tivesse sido internado", disse.
Só neste ano, 39 pessoas morreram na fila à espera de vaga em UTI, em Ponta Grossa. A cidade conta com 25 leitos, quando o mínimo necessário seria de 53. Há dois meses, o Ministério da Saúde liberou recursos para a criação de mais dez vagas. Elas foram abertas no hospital Cidade, mas ainda estão interditadas porque a direção do hospital não instalou elevador ou rampa de acesso, nem tem infra-estrutura de suporte.


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