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BERNARDO BEIGUELMAN (1932 - 2010)
Professor e geneticista renomado
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Não foram bem os quadrinhos lidos no escuro que fizeram Bernardo Beiguelman
ter miopia, como dizia sua
mãe. Ele brincava que teve de
estudar genética para entender que as broncas em casa
não eram tão justas assim.
Com uma longa trajetória
de dedicação à ciência, Bernardo foi um dos mais renomados geneticistas do país.
Paulista de Santos, mudou-se para SP aos 17. Em
1953, estava formado em história natural pela USP, onde
concluiu o doutorado em
ciências biológicas, em 1961.
Na década de 60, idealizou
a criação do departamento
de genética médica da Unicamp, de onde se tornou professor emérito em 2004.
O título de livre-docência
veio em 1969 pela USP. Naquele ano, sua irmã Paula,
doutora em ciência política e
professora da USP, foi aposentada pelos militares. Para
Bernardo, a irmã, que morreu no ano passado de câncer, era um modelo de luta.
De 1972 a 1992, ele foi conselheiro da OMS (Organização Mundial de Saúde). Publicou 451 trabalhos, participou de 144 congressos e 264
bancas, fez 269 conferências
e orientou 70 pesquisadores.
Inquieto, adorava ir ao cinema, sair para beber e reunir os amigos. Tocava violino
e violão todo dia, atividade
atrapalhada ultimamente
pela artrite. Era ainda fascinado por novidades tecnológicas e continuou lendo quadrinhos até o fim da vida.
Em 2000, perdeu o filho
delegado, numa tentativa de
assalto. Nunca se recuperou.
Na terça, aos 78, morreu de
complicações respiratórias.
Sofria de problemas renais.
Teve quatro filhos e cinco netos. Deixa a mulher, Sylvia.
coluna.obituario@uol.com.br
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