São Paulo, sexta-feira, 08 de outubro de 2010

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BERNARDO BEIGUELMAN (1932 - 2010)

Professor e geneticista renomado

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Não foram bem os quadrinhos lidos no escuro que fizeram Bernardo Beiguelman ter miopia, como dizia sua mãe. Ele brincava que teve de estudar genética para entender que as broncas em casa não eram tão justas assim.
Com uma longa trajetória de dedicação à ciência, Bernardo foi um dos mais renomados geneticistas do país.
Paulista de Santos, mudou-se para SP aos 17. Em 1953, estava formado em história natural pela USP, onde concluiu o doutorado em ciências biológicas, em 1961.
Na década de 60, idealizou a criação do departamento de genética médica da Unicamp, de onde se tornou professor emérito em 2004.
O título de livre-docência veio em 1969 pela USP. Naquele ano, sua irmã Paula, doutora em ciência política e professora da USP, foi aposentada pelos militares. Para Bernardo, a irmã, que morreu no ano passado de câncer, era um modelo de luta.
De 1972 a 1992, ele foi conselheiro da OMS (Organização Mundial de Saúde). Publicou 451 trabalhos, participou de 144 congressos e 264 bancas, fez 269 conferências e orientou 70 pesquisadores.
Inquieto, adorava ir ao cinema, sair para beber e reunir os amigos. Tocava violino e violão todo dia, atividade atrapalhada ultimamente pela artrite. Era ainda fascinado por novidades tecnológicas e continuou lendo quadrinhos até o fim da vida.
Em 2000, perdeu o filho delegado, numa tentativa de assalto. Nunca se recuperou.
Na terça, aos 78, morreu de complicações respiratórias. Sofria de problemas renais. Teve quatro filhos e cinco netos. Deixa a mulher, Sylvia.

coluna.obituario@uol.com.br


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