São Paulo, sábado, 08 de outubro de 2011

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Bando é preso por lavar dinheiro de caça-níquel com carro de luxo

Jogadores de futebol e artistas são suspeitos de comprar carros; veículos não eram declarados

Israelense procurado pelos EUA está entre os 13 presos; operação ocorreu em 13 Estados e no Distrito Federal

MARCO ANTÔNIO MARTINS

DO RIO

A Polícia Federal desarticulou uma quadrilha que importava carros usados, o que é proibido pela Receita Federal, e vendia como novos em 13 Estados e no Distrito Federal. Os carros vinham dos Estados Unidos.
Pelo menos 13 pessoas foram presas. Entre elas está o israelense Yoram El Al, 40, procurado pela DEA (Drug Enforcement Agency), agência de combate às drogas dos Estados Unidos, por tráfico e lavagem de dinheiro.
Com a prática ilegal, a quadrilha lavava os ganhos obtidos com a exploração de máquinas caça-níqueis na zona norte do Rio.
As investigações detectaram que 108 veículos foram importados ilegalmente. Entre os compradores, apontam as investigações, estão jogadores de futebol, artistas e empresários. O pagamento era feito em dinheiro.
Entre os carros apreendidos ontem estão três Mustangs, um Lamborghini, um Camaro, um Porsche Cayenne e um jipe Hummer. De acordo com o "Jornal Nacional", este último, avaliado em R$ 300 mil, pertence ao jogador de futebol Cléberson, do Atlético Paranaense. Para a reportagem da Rede Globo, o jogador afirmou ter comprado o veículo legalmente em uma concessionária no Rio. Trinta e sete dos compradores, de acordo com a PF, teriam conhecimento da irregularidade. Um dos carros, segundo policiais federais, custou R$ 1,5 milhão.

INVESTIGAÇÃO
As investigações começaram em 2010, quando a Justiça do Rio encaminhou para a Justiça Federal descobertas feitas durante as investigações sobre o atentado contra o contraventor Rogério Andrade, em abril de 2010.
Andrade disputa com outros grupos de contraventores a exploração de máquinas caça-níqueis em bairros da cidade. No atentado, o carro de Andrade explodiu. Seu filho, de 17 anos, morreu.
Nas investigações surgiu o nome de Yoram El Al, que teria se unido à família Scafura, rival dos Andrade, na exploração de caça-níqueis e jogo do bicho na zona norte.
El Al, procurado pela Justiça americana, seria o encarregado de trazer para o Rio técnicos de Israel para instalarem componentes eletrônicos nas máquinas, dificultando que apostadores ganhassem prêmios.
A Justiça decretou a apreensão de R$ 50 milhões em imóveis e veículos. Ao todo 22 pessoas tiveram as prisões decretadas pela Justiça. Ontem, a Folha não teve acesso aos presos e aos advogados dos suspeitos.


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