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São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2003

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SEGURANÇA SOB AMEAÇA

Mais de 20 tiros atingiram a casa do soldado, em Sapopemba, na noite de quarta-feira; sua mulher, também policial, foi ferida

PM vítima de ataque pede afastamento

DO "AGORA"

Após sua casa ter sido alvo de atentados na quarta-feira, o soldado Emerson Dias da Silva, 36, decidiu ontem pedir afastamento da função. No ataque, quando mais de 20 tiros atingiram sua casa, em Sapopemba (zona leste de São Paulo), sua mulher Flávia Nunes, 26, levou um tiro de raspão no cotovelo. Ela estava na sala, amamentando a filha Luíza, de um mês e sete dias.
"Preciso de um tempo para me reestruturar. Como vou trabalhar sem saber como está a minha família?", perguntou o soldado. Sua mulher disse que só não fará o mesmo porque está de licença-maternidade.
Desde que foram vítimas do atentado, o casal diz que não conseguiu voltar à rotina. "Agora, qualquer pedrinha que cai, a gente assusta", afirmou. A tensão e o estado de alerta são permanentes.
"A gente redobrou a atenção", falou Silva, contando que sua outra filha, de quatro anos, também está muito assustada. "Ela está traumatizada e a outra nem sabe que ela nasceu de novo", contou.
O ataque à casa dos policiais ocorreu por volta das 23h30 de quarta-feira. Testemunhas disseram que foi realizado por quatro homens em um Gol vinho. O soldado mora há 20 anos no local, que, segundo ele, é bem violento.
O policial não quis falar sobre o que foi alterado em sua rotina. "Eu estaria ajudando os bandidos se contasse as mudanças na minha segurança", falou.

Quem fez?
O soldado entrou há 16 anos na Polícia Militar, por admirar um vizinho policial. Horas depois do ataque, ele chegou a dizer que estava com mais vontade de "prender os bandidos".
Ontem, Silva disse que preferia não dar mais declarações até o caso ser resolvido. "Primeiro a gente tem que descobrir quem foi e por que fez", falou.
De acordo com o policial, as polícias Militar e Civil estão dando apoio à sua família.
Na tarde de ontem, um carro da PM, com quatro policiais, permaneceu estacionado na porta da casa de Silva durante meia hora. Por alguns minutos, os policiais conversaram com o casal, que foi até a calçada.
A Guarda Civil Metropolitana também está fazendo rondas constantes no local.
O atentado à casa do policial aumentou ainda mais o clima de apreensão entre policiais civis e militares.


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