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Presos de facção mantêm greve de fome pelo 2º dia
SAP investiga se o protesto não é uma tentativa de forçar saída para hospital para possibilitar uma tentativa de fuga
44 dos 61 detentos do CRP de Presidente Bernardes aderiram ao movimento;
juiz determina apuração sobre condições das celas
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM PRESIDENTE PRUDENTE
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo segundo dia consecutivo, presos do CRP (Centro de
Readaptação Penitenciária) de
Presidente Bernardes (589 km
de São Paulo) mantiveram a
greve de fome. Ontem, o protesto teve a adesão de 44 dos 61
detentos da unidade, onde vigora o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).
Na segunda-feira, quando teve início a manifestação, 40 se
recusaram a se alimentar. Entre os manifestantes, está Marco Willians Herbas Camacho, o
Marcola, apontado como o chefe da facção PCC (Primeiro Comando da Capital).
A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) investiga duas hipóteses para a greve. A principal é a insatisfação
dos presos com a reforma no
CRP, que deixou o sistema de
segurança ainda mais rígido:
celas foram reforçadas com
metal nas janelas e até grades
foram colocadas nos corredores em forma de gaiolas -para
limitar o contato entre detento
e funcionário. A segunda hipótese seria uma estratégia dos
presos para forçar transferências para hospitais e, posteriormente, tentarem fugir.
Ontem, segundo um funcionário, alguns deles falaram que
"a gente saberia o que está
acontecendo pela imprensa."
A maior preocupação do secretário da Administração Penitenciária, Antônio Ferreira
Pinto, é que a greve de fome ganhe adesão dos presidiários da
Penitenciária 2 de Presidente
Venceslau (620 km de SP), onde estão quase 500 detentos tidos como do PCC.
No início da noite de ontem,
o juiz-corregedor do Decrim
(Departamento de Execuções
Criminais de São Paulo), Carlos
Fonseca Monnerat, determinou a apuração sobre a denúncia das condições das celas do
CRP e a imediata avaliação médica dos detentos.
Ferreira Pinto foi procurado
ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, mas não
respondeu ao pedido de entrevista sobre o protesto.
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