São Paulo, quarta-feira, 08 de novembro de 2006

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Presos de facção mantêm greve de fome pelo 2º dia

SAP investiga se o protesto não é uma tentativa de forçar saída para hospital para possibilitar uma tentativa de fuga

44 dos 61 detentos do CRP de Presidente Bernardes aderiram ao movimento; juiz determina apuração sobre condições das celas

CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo segundo dia consecutivo, presos do CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes (589 km de São Paulo) mantiveram a greve de fome. Ontem, o protesto teve a adesão de 44 dos 61 detentos da unidade, onde vigora o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).
Na segunda-feira, quando teve início a manifestação, 40 se recusaram a se alimentar. Entre os manifestantes, está Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como o chefe da facção PCC (Primeiro Comando da Capital).
A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) investiga duas hipóteses para a greve. A principal é a insatisfação dos presos com a reforma no CRP, que deixou o sistema de segurança ainda mais rígido: celas foram reforçadas com metal nas janelas e até grades foram colocadas nos corredores em forma de gaiolas -para limitar o contato entre detento e funcionário. A segunda hipótese seria uma estratégia dos presos para forçar transferências para hospitais e, posteriormente, tentarem fugir.
Ontem, segundo um funcionário, alguns deles falaram que "a gente saberia o que está acontecendo pela imprensa."
A maior preocupação do secretário da Administração Penitenciária, Antônio Ferreira Pinto, é que a greve de fome ganhe adesão dos presidiários da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km de SP), onde estão quase 500 detentos tidos como do PCC.
No início da noite de ontem, o juiz-corregedor do Decrim (Departamento de Execuções Criminais de São Paulo), Carlos Fonseca Monnerat, determinou a apuração sobre a denúncia das condições das celas do CRP e a imediata avaliação médica dos detentos.
Ferreira Pinto foi procurado ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, mas não respondeu ao pedido de entrevista sobre o protesto.


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