|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Caixa-preta do jato será analisada nos EUA
A FAB decidiu fazer o envio porque o Brasil só dispõe de tecnologia para periciar o equipamento se ele estiver intacto
Piloto que estava no Campo de Marte no domingo disse que o Learjet subiu em posição muito vertical, "como se fosse um foguete"
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A Aeronáutica decidiu ontem
enviar aos EUA a caixa-preta
do Learjet que caiu sobre casas
no último domingo em São
Paulo e matou oito pessoas. As
causas do acidente ainda são
desconhecidas.
Na caixa-preta estão gravadas as conversas entre a tripulação do jato e os controladores
de vôo da torre do Campo de
Marte, na zona norte. Foi dessa
pista que o avião decolou.
Como esse equipamento
-que em inglês se chama CVR,
Cockpit Voice Recorder- foi
avariado no acidente, isso impede sua análise no Brasil, que
só dispõe de tecnologia para periciar o equipamento intacto.
O gravador de voz será analisado na NTSB (National Transportation Safety Board, agência
que investiga acidentes da aviação civil nos EUA). O CVR contém todos os diálogos, desde a
autorização para a decolagem
do Learjet até a queda do jato.
Após decolar, a aeronave errou sua trajetória: fez a curva à
direita quando deveria ter virado para a esquerda, como
orientou a torre de controle.
O comandante Edenilson
Viana de Queiroz, que estava
no hangar vizinho ao do jato
acidentado, relatou que o Learjet subiu em uma posição muito vertical, como se fosse um foguete. Após dez segundos caiu
sobre as casas.
"Nunca tinha visto uma decolagem assim. O normal seria
o Learjet ir subindo aos poucos,
aumentando sua inclinação,
mas ele subiu como se fosse um
foguete, com o nariz muito para
cima", disse Queiroz, que é co-piloto de Learjet.
A data do envio da caixa-preta ainda não foi definida porque
existe a possibilidade de outras
peças do jato também serem
encaminhadas aos EUA.
"Amanhã [hoje] vamos definir o dia em que a caixa-preta
ou outras demais peças, se necessário, vão para aos EUA",
disse o tenente-coronel da Aeronáutica Wagner Cyrillo, chefe do Seripa (Serviço Regional
de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos).
Seis representantes da
NTSB, da FAA (agência de aviação norte-americana) e dos fabricantes da aeronave e do motor chegaram ontem ao Brasil
para verificar os demais destroços da aeronave, que estão
guardados no hangar da FAB
em Guarulhos.
Colaborou JULIANA COISSI, da Folha Ribeirão,
em Uberlândia
Texto Anterior: Tia da jovem que perdeu seis familiares no acidente obtém guarda provisória Próximo Texto: Frase Índice
|