São Paulo, quinta-feira, 08 de novembro de 2007

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Atrasada, reforma da praça Roosevelt ficará para 2008

Região sofre com problemas como estruturas depredadas e invasões de prédio

Obra, avaliada em R$ 13 mi, estava prevista para começar em 2006; objetivo é retirar parte do concreto e deixar a área mais verde

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em vez de uma área reformada, com mais verde e menos concreto, problemas. O que se vê hoje em diversos pontos da praça Roosevelt, na região central de São Paulo, são estruturas depredadas. O prédio da escola que havia no local, por exemplo, está com os vidros quebrados e é constantemente invadido. Há infiltrações nas lajes e um grande buraco de 9 metros de profundidade perto da igreja da Consolação.
A obra prevista para recuperar a Roosevelt, entretanto, terá um atraso de dois anos. A reforma, alardeada na gestão do então prefeito José Serra (PSDB), deveria ter começado em março de 2006. Porém, segundo o secretário Andrea Matarazzo (Subprefeituras), terá início apenas em 2008.
Para completar, a Sabesp admite que o buraco visto no local -onde é necessário fazer um reparo de vazamentos- vai demorar a ser fechado por ser preciso contratar empresa especializada e fazer licitação. Não há prazo para isso.
Um supermercado e uma escola municipal foram retirados da praça para permitir o início das obras. A área onde funcionava o colégio foi emparedada para evitar invasões. Mesmo assim, há falhas no bloqueio e a reportagem encontrou pessoas dormindo em uma antiga sala de aula. Os vidros das janelas estão quebrados.
O custo avaliado da reforma é de R$ 13 milhões -mais do que a reforma das praças da Sé e República juntas (R$ 7,2 milhões). O objetivo é retirar boa parte do concreto que cobre a praça, deixar a área mais verde e facilitar a circulação por ela.
Segundo Aderbal Curvelo, especialista em desenvolvimento urbano do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o banco vai arcar com 85% do valor total. O projeto deve ser finalizado em janeiro de 2008 e o edital de licitação, publicado no mês seguinte.
Na opinião da contadora Elenita dos Santos, moradora da área, o que mais preocupa são as infiltrações nas lajes. "Fica pingando água o tempo todo e parece que ela vai cair."
Elenita afirma que a Roosevelt tem muitos bares e teatros "bacanas", mas que tem "vergonha" de convidar os amigos para irem à região.
Na opinião de Marco Antonio Ramos de Almeida, superintendente da Associação Viva o Centro, independentemente de quando vai ocorrer a reforma, "a praça não pode ficar abandonada". "Não pode deixar de ser limpa, iluminada e vigiada. Não pode virar um abrigo ou albergue", disse.
A associação solicita à gestão Gilberto Kassab (DEM) que mostre o projeto da reforma e o debata com a comunidade. Um dos pontos que ela questiona é a retirada do "pentágono" -estrutura de concreto que cobre o lugar. "Vão demolir o pentágono para deixar a área mais livre, mas devem construir um telecentro. Não faz sentido."


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