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Celisina de Almeida Rosa, 105
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Celisina de Almeida Rosa
viveu mais de um século solteira, sempre para cima e para baixo com sua sacolinha
de costura e nunca reclamando de "ter ficado para titia" -em uma época em que
não casar ou ter filhos era
vergonha na família.
Pois ela pouco ligava para a
idade. Contam as sobrinhas
que, certa vez, tendo participado de uma pesquisa da
Unifesp sobre visão na terceira idade, destacou-se tanto que acabou entrevistada
pelo "Fantástico" e batendo
papo com Ana Maria Braga.
Sua memória, diz a família,
era também invejável, mesmo depois dos 100 anos
-dom que ela gastava acompanhando a vida de seu ídolo,
o apresentador de jornal William Bonner. Sabia o nome
de seus filhos trigêmeos e
acompanhava, nas revistas
de fofoca, as entrevistas de
Fátima Bernardes.
Celisina nasceu e viveu
parte da vida em Pinheiros.
Contava que sua família, os
Almeida Rosa, era das mais
antigas do bairro. Foi sempre
costureira e com esse dinheiro sustentou-se até a aposentadoria, que passou viajando
com amigas da igreja.
Mais velha entre três irmãos, com eles morou até
que morressem. Viveu então
com as quatro sobrinhas,
que, no ano passado, a internaram em uma casa de repouso após sofrer um derrame cerebral.
Morreu no dia 30, de uma
pneumonia, aos 105 anos, em
São Paulo.
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