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Perseguição a ladrões acaba com 3 mortos e 11 feridos
Um policial, um criminoso e um motoqueiro -vítima de bala perdida- morreram
Para a polícia, a maneira como os criminosos agiram e o armamento usado não deixam dúvidas de que integram a facção PCC
Rafael Hupsel/Folha Imagem
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Policiais em frente à casa onde quatro pessoas ficaram reféns
DA REPORTAGEM LOCAL
A perseguição da polícia contra integrantes de uma quadrilha de cerca de 15 criminosos
que haviam roubado um banco
no centro de Guarulhos (Grande SP) acabou em tragédia na
tarde de ontem: um PM, um
motoqueiro, vítima de bala perdida, e um ladrão morreram.
Além dos três mortos, outros
nove PMs, um carteiro, Djalma
Gomes de Oliveira, e um estudante, Tiago Itokoso, foram feridos à bala e quatro pessoas foram feitas reféns, dentre elas
uma menina de oito anos, por
dois dos ladrões durante quase
três horas em uma casa da zona
norte de São Paulo.
Para a polícia, a maneira como os criminosos agiram e o armamento usado por eles não
deixam dúvidas de que são integrantes da facção criminosa
PCC (Primeiro Comando da
Capital). Ao menos cinco carros -Astra, Gol, Saveiro, EcoSport e Siena- foram usados no
roubo e na fuga e foram abandonados pelos ladrões.
Por volta das 14h de ontem,
os ladrões chegaram ao banco,
divididos em vários carros e
motos. Armados com fuzis AR-15, metralhadoras, pistolas e
revólveres, parte do grupo invadiu a agência e pegou os dois
malotes, com cerca de R$ 103
mil, segundo a Folha apurou.
Durante a ação dos criminosos ainda dentro do banco Real,
a polícia foi acionada e tentou
impedir a tiros a fuga deles, isso
num dos pontos mais movimentados de Guarulhos, a rua
Capitão Gabriel. O Comando
Geral da PM informou que os
ladrões atiraram primeiro contra o carro da PM que passava
pela porta do banco.
O motoqueiro Leandro Rodrigues Marques, 22, que passava pela praça Getúlio Vargas,
bem na frente da Capitão Gabriel, foi atingido por uma bala
perdida. Marques chegou a ser
levado para o hospital Carlos
Chagas, mas chegou lá morto,
segundo a unidade.
Marques havia faltado ontem no emprego porque queria
comprar um telefone celular
para presentear a namorada.
Em meio ao tiroteio com a
polícia, os criminosos se dividiram novamente em vários carros e começaram a fugir do
centro de Guarulhos e pegaram
vias que dão acesso à zona norte de São Paulo.
Na região dos bairros do Jardim Tremembé e do Jaçanã, já
quando eram perseguidos por
quase cem policiais, entre civis
e militares, houve novo tiroteio. Dessa vez na avenida Sezefredo Fagundes, considerada
a mais movimentada do Tremembé. Um carro usado pelos
ladrões e um veículo da PM ficaram furados de bala.
Cerca de dois quilômetros
depois desse tiroteio, parte dos
ladrões entrou com um Astra
em uma avenida onde havia
uma feira livre. Houve novo tiroteio com os PMs, que, de motos, circulavam entre as pessoas que estavam no local.
Parte dos criminosos fugiu a
pé e dois deles invadiram uma
casa, já na rua Alberto Pierrotti, onde fizeram quatro reféns
-uma menina de oito anos, a
avó dela, de 61 anos, uma mulher, de 24, e uma jovem de 17.
Um PM que tentou prender
dois dos ladrões na casa, o soldado Ailton Tadeu Lamas, 22
anos de Polícia Militar e conhecido como o "parteiro" da corporação na zona norte de São
Paulo, foi morto na troca de tiros. O criminoso Carlos Antonio da Silva, o Balengo, integrante do PCC, também morreu na casa na troca de tiros.
Após quase três horas de negociação, já com a casa cercada
por centenas de policiais e até
por um helicóptero da PM, as
quatro reféns foram liberadas e
o outro ladrão, Elielton Aparecida da Silva, se entregou. Ele e
Balengo chegaram até a atirar
no helicóptero da PM.
No rastreamento que fizeram na zona norte, as polícias
Civil e Militar detiveram oito
suspeitos de participação do
roubo e nos tiroteios. Um deles, Cláudio Roberto Zanetti,
26, foi reconhecido por vítimas.
(LUIS KAWAGUTI, ROGÉRIO PAGNAN E ANDRÉ CARAMANTE)
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