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Polícia diz ter suspeito de matar psicóloga
Dono da moto usada no crime já foi identificado; ele tem passagem na polícia por roubo e homicídio, mas está foragido
Uma paciente de Renata foi ouvida ontem pela polícia; o ex-marido dela teria atribuído a sua separação ao trabalho da psicóloga
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia de São Paulo identificou ontem o dono da motocicleta usada no assassinato da
psicóloga Renata Novaes Pinto,
44, morta com três tiros em
frente a sua casa na manhã de
anteontem, na Vila Madalena
(zona oeste da capital paulista).
Com passagem pela polícia
por roubo e homicídio, ele é
suspeito de ser o "executor" do
crime. Até o fechamento desta
edição, estava foragido. O delegado Jorge Carlos Carrasco, titular da 3ª Delegacia Seccional
Oeste, disse que, quando localizá-lo, o caso estará resolvido.
Apesar de um dos criminosos
ter coberto com a mão a placa
da moto, o veículo usado no crime, uma Titan Honda, foi identificado a partir de imagens feitas por câmeras de prédios da
região onde morava a vítima.
De acordo com o delegado, a
moto é quente, ou seja, não é
roubada, o que confirma a suspeita de que o proprietário esteja envolvido no assassinato.
Antes de Renata ser morta,
os suspeitos a seguiram por
cerca de cinco quilômetros, no
trajeto que fez da escola dos filhos até a sua casa, diz a polícia.
O delegado ouviu ontem uma testemunha considerada chave
na identificação de um possível
"mandante" do crime. Trata-se
de uma paciente de Renata que
estaria tendo problemas com o
ex-marido. O homem, segundo
apuração, teria atribuído a sua
separação ao trabalho de análise que a ex-mulher vinha fazendo com a psicóloga. As identidades dos suspeitos e da testemunha foram preservadas.
O pai de Renata, o advogado
aposentado Geraldo Novaes
Pinto, afirmou à Folha que a filha era muito ligada à ética profissional e não comentava aspectos da vida de seus pacientes. "Ela foi executada por ter
mantido a força ética da profissão. Por ter mantido sigilo de
tudo que ela passou no consultório", disse. "Se tivesse levantado a questão [de alguma
ameaça], teríamos tomado providências. Mas ela preferiu ficar quieta. E deu no que deu."
Enterro
O corpo de Renata foi enterrado por volta das 12h10 de ontem no cemitério do Morumbi.
A psicóloga foi morta com dois
tiros no peito e um na cabeça.
Ao menos 400 pessoas acompanharam o enterro.
Renata fazia pesquisas acadêmicas e dava aulas de psicologia no curso de medicina e na
pós-graduação da universidade. A psicóloga estudava a necessidade do diálogo entre os
médicos e os pacientes que acabaram de descobrir um câncer.
Esse foi o tema de seu trabalho
de mestrado e de um artigo publicado no periódico médico
"The International Journal of
Psychiatry in Medicine".
Colaborou ESTÊVÃO BERTONI,
da Reportagem Local
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