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Psicóloga preparava doutorado
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
O trabalho acadêmico de
Renata fez sucesso. O pai,
Geraldo, advogado aposentado, não foi à banca de mestrado da filha, impedido por
uma viagem ao exterior, mas
guarda até hoje o recorte de
jornal em que ela aparece.
Defendida em 2001, pela
Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a tese se
baseou em cerca de 300 entrevistas com pacientes com
câncer. Tratava da comunicação do diagnóstico ao paciente, um tabu para a época.
Estatisticamente, mostrou
que as pessoas querem saber
a verdade sobre a doença. O
texto acabou publicado em
revista internacional.
O pai não chegou a ler toda
a tese da filha, mas sabe explicar o tema como se fosse o
autor. "Renata era uma menina muito viva, ativa."
Nas palavras da amiga de
adolescência, que a conheceu "há uns 30 anos" numa
colônia em Campos do Jordão (SP), a psicóloga "dedicou a carreira a ajudar pessoas a lidar com a fragilidade
da vida". "Ela era vislumbrada além do momento."
Na época da faculdade, viajou a Perugia, na Itália, para
estudar o método montessori, apostando na importância
da linha de ensino. Passou
um ano no país, onde chegou
a trabalhar para ajudar nos
custos de sua manutenção.
Segundo o pai, Renata estava preparando doutorado,
tarefa que sabia muito bem
conciliar com os deveres de
casa: tinha quatro filhos.
Apaixonada pelo mar, adorava passar as férias na casa
da praia, em Guaecá, São Sebastião (SP), com a família e
os amigos. Usou o mar como
lição: aos filhos ensinou a
não temer as ondas.
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