São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2008

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Psicóloga preparava doutorado

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

O trabalho acadêmico de Renata fez sucesso. O pai, Geraldo, advogado aposentado, não foi à banca de mestrado da filha, impedido por uma viagem ao exterior, mas guarda até hoje o recorte de jornal em que ela aparece.
Defendida em 2001, pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a tese se baseou em cerca de 300 entrevistas com pacientes com câncer. Tratava da comunicação do diagnóstico ao paciente, um tabu para a época.
Estatisticamente, mostrou que as pessoas querem saber a verdade sobre a doença. O texto acabou publicado em revista internacional.
O pai não chegou a ler toda a tese da filha, mas sabe explicar o tema como se fosse o autor. "Renata era uma menina muito viva, ativa."
Nas palavras da amiga de adolescência, que a conheceu "há uns 30 anos" numa colônia em Campos do Jordão (SP), a psicóloga "dedicou a carreira a ajudar pessoas a lidar com a fragilidade da vida". "Ela era vislumbrada além do momento."
Na época da faculdade, viajou a Perugia, na Itália, para estudar o método montessori, apostando na importância da linha de ensino. Passou um ano no país, onde chegou a trabalhar para ajudar nos custos de sua manutenção.
Segundo o pai, Renata estava preparando doutorado, tarefa que sabia muito bem conciliar com os deveres de casa: tinha quatro filhos.
Apaixonada pelo mar, adorava passar as férias na casa da praia, em Guaecá, São Sebastião (SP), com a família e os amigos. Usou o mar como lição: aos filhos ensinou a não temer as ondas.


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