São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2011

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Invasores desafiam a Justiça e mantêm ocupação da reitoria

Esgotado o prazo judicial, estudantes não aceitam negociar saída do prédio da USP e prometem novo protesto para hoje

Jornalistas foram empurrados e agredidos durante tumulto; confusão foi "caso isolado", dizem alunos

RAFAEL SAMPAIO

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Mesmo com o fim do prazo dado pela Justiça, que terminou às 23h de ontem, os alunos que invadiram a reitoria da USP decidiram manter o prédio ocupado.
A decisão foi tomada no limite do prazo estabelecido, após uma assembleia que reuniu 300 estudantes, segundo guardas universitários, e 550, segundo os organizadores.
Após a votação, os estudantes passaram a agredir os jornalistas. Um cinegrafista caiu após ser empurrado e um fotógrafo teve a câmera arrancada e machucou as mãos -ele foi levado ao hospital. O clima ficou tenso e após os grupos ficarem separados os alunos arremessaram pedras na direção dos jornalistas. Um cinegrafista foi atingido e ficou levemente ferido.
No momento do tumulto, não havia guardas universitários nem PMs no local. Após a confusão, um representante dos invasores disse que tratou-se de uma "situação isolada".
Na assembleia, vários estudantes disseram estar dispostos a resistir caso a PM faça a reintegração de posse. O comandante da PM, coronel Álvaro Camilo, disse que a retirada dos alunos pode ocorrer a qualquer momento, "a menos que a USP manifeste desejo contrário".
Os alunos também decidiram realizar um protesto contra a PM hoje, a partir das 14h. Mais cedo, às 18h, uma reunião entre representantes da reitoria e alunos terminou em impasse. A USP oferecia que alunos e funcionários não fossem punidos pela invasão.
A reitoria manteve a oferta de criar grupos para discutir o convênio com a PM e revisar processos administrativos. Alunos não aceitaram, pois pode haver processos se for provado que houve vandalismo.

CRONOLOGIA DA CRISE
No dia 27 de outubro, três alunos da USP foram detidos por posse de maconha. Houve reação de colegas, que investiram contra a PM. Estudantes ocuparam o prédio da administração da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas).
Na terça passada, mais de mil alunos decidiram, por 559 votos a 458, pela desocupação. A minoria derrotada, porém, invadiu a reitoria, onde hoje há cerca de 50 pessoas -a USP toda tem cerca de 82 mil alunos (50 mil só na Cidade Universitária).


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