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Conselho libera shopping de Silvio Santos
Centro de compras no Bexiga, centro de São Paulo, recebe o aval após projeto ser mudado para aliviar o impacto visual
Complexo terá 5 andares,
6 salas de cinema e teatro com 2.000 lugares; projeto apresentado na década de 80 tinha gerado polêmica
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Grupo Silvio Santos obteve
autorização do Conpresp, órgão municipal do patrimônio,
para construir um complexo
comercial e cultural ao lado do
Teatro Oficina, no Bexiga, centro de São Paulo. O projeto se
arrasta desde a década de 80.
O aval saiu após o grupo mudar o projeto para reduzir o impacto visual, a pedido do DPH
(Departamento do Patrimônio
Histórico). Além do teatro, há
um casario tombado pelo patrimônio nos fundos da área.
No terreno de 10 mil m2 será
erguido um shopping de cinco
andares avarandados, inspirado nas antigas galerias, com
seis salas de cinema. Ao lado
haverá um teatro com 2.000
lugares, em formato de cubo e
aspecto semelhante à terra.
"É uma concepção diferente
da dos shoppings. Ganham o
bairro e a cidade", diz Marcelo
Ferraz, da Brasil Arquitetura,
que trabalhou na proposta.
Em 2000, o investimento do
Grupo Silvio Santos estava orçado em R$ 75 milhões.
O projeto teve mudanças nas
fachadas e no muro nos fundos,
considerado "agressivo". O
grupo também pagará estudos
e a execução de projetos para
compensar danos ao patrimônio causados pela demolição de
prédios, como uma sinagoga.
Além disso, também terá de
investir na recuperação de ruas
e do calçamento e na reforma
do viaduto que fica ao lado. "A
solução final acabou sendo a
mais adequada, pois haverá
melhorias no entorno", diz o
diretor do DPH, Walter Pires.
Procurado ontem, o Sisan
Empreendimentos, braço imobiliário do grupo, não comentou se o projeto será iniciado
nos próximos meses. Em fevereiro, o Sisan afirmou à Folha
que, se o processo fosse aprovado, a construção poderia começar ainda em 2006.
O projeto provocou polêmica
entre o Grupo Silvio Santos e o
diretor de teatro José Celso
Martinez Corrêa, que está à
frente do Oficina. Zé Celso realizou diversos protestos contra
a possibilidade de o complexo
descaracterizar a região do Bexiga e o próprio Oficina -que
ocupa o local há 48 anos-, sugerindo a Silvio Santos que o
projeto desse lugar a um teatro
de estádio para 5.000 pessoas.
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