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Governo propõe criar a Universidade Federal da América Latina
Idéia é aprovar projeto de lei a tempo de ter a turma inicial em 2009, com metade das vagas para alunos de outros países
Cursos não foram definidos, mas proposta é que
tenham foco na integração entre países; campus ficará em Foz do Iguaçu (PR)
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal quer criar
uma universidade pública com
metade das vagas reservadas a
estudantes de outros países da
América Latina. A idéia é aprovar o projeto de lei que institui
a Unila (Universidade Federal
da Integração Latino-Americana) a tempo de ter a primeira
turma no início de 2009. O texto preliminar, segundo Hélgio
Trindade, coordenador do projeto, já está pronto para ser enviado ao Congresso.
O projeto da Unila se insere
na diplomacia "Sul-Sul" do governo Lula, com mais atenção a
países em desenvolvimento.
"Se nós quisermos integrar a
América Latina, temos que formar quadros para desempenhar os avanços nessa direção",
diz Trindade.
Já o ex-ministro da Educação
do governo Fernando Henrique e deputado Paulo Renato
Souza (PSDB-SP) discorda da
proposta. "Não vejo necessidade. Já temos um sistema melhor que esse", afirma, referindo-se à possibilidade que, hoje,
estrangeiros têm de estudar no
Brasil mediante convênios entre universidades.
Os cursos da nova instituição
ainda não foram definidos, mas
a proposta é que tenham foco
na "integração da América Latina", em áreas como relações
internacionais, ciência política,
línguas, tecnologia e meio ambiente, entre outras.
Segundo o secretário de Educação Superior do MEC, Ronaldo Mota, o campus da Unila ficará em Foz do Iguaçu (PR), na
região da tríplice fronteira entre o Brasil, Paraguai e Argentina, num terreno de 43 hectares
cedido pela estatal Itaipu binacional. Deverão ser usados
imóveis construídos na época
da instalação da usina, em 1973.
A proposta prevê um vestibular em português para brasileiros e outro em espanhol para
os estrangeiros, que será aplicado por universidades de outros países. A prova não poderá
abordar temas relativos só ao
Brasil -em vez de literatura e
história brasileiras, por exemplo, haverá literatura e história
da América Latina.
A instituição, conforme o
MEC, deve ter 10 mil vagas entre cursos de graduação, mestrado e doutorado e 500 professores. As aulas serão ministradas em português e espanhol, já
que metade do corpo docente
será de profissionais de instituições de outros países.
Segundo o reitor da Universidade Federal do Paraná, Carlos
Augusto Moreira Júnior, que
participa da elaboração do projeto, o governo chegou a cogitar
fazer a universidade em parceria com outros países, mas a
idéia não vingou.
Trindade contou que os ministros discutiram a criação de
um Espaço de Educação Superior do Mercosul, que ainda não
tem formato definido.
Além da Unila, o presidente
Lula deve inaugurar neste ano
outras duas federais: a Ufopa
(Universidade Federal do Oeste do Pará), com sede em Santarém, e outra com unidades na
região oeste de Santa Catarina,
norte do Rio Grande do Sul e
sudoeste do Paraná.
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