São Paulo, sábado, 08 de dezembro de 2007

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Padre Júlio receberá prêmio por apoio a direitos humanos

Padre que protagonizou escândalo em outubro venceu na categoria "enfrentamento à pobreza"; prêmio será entregue em Brasília na próxima terça-feira

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O padre Júlio Lancelotti, 64, que acusou um ex-detento de extorqui-lo, vai receber um prêmio da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) da Presidência da República.
A categoria em que Lancelotti venceu foi a de "enfrentamento à pobreza", por conta do trabalho do padre com os moradores de rua de São Paulo.
O prêmio será entregue na próxima terça-feira, em Brasília. A assessoria de imprensa da SEDH não soube dizer se o padre já confirmou presença no Palácio do Planalto.
Lancelotti acusou, em outubro, o ex-interno da Febem Anderson Batista de extorqui-lo há pelo menos três anos -o que a polícia diz ter confirmado. O padre, então, foi acusado de ter seduzido menores de idade -o que ele nega.
A reportagem tentou entrar em contato com Lancelotti, mas ele não foi encontrado.
A assessoria de imprensa disse que não encontrou o ministro Paulo Vannuchi para que ele comentasse a premiação. Em um evento na segunda-feira, em Brasília, o ministro disse que o prêmio é um reconhecimento a Lancelotti e que o padre está passando por um "linchamento." Vannuchi fez parte da comissão de julgamento do prêmio.
Segundo a SEDH, os candidatos aos prêmios podiam se inscrever para concorrer ou ter o nome indicado por terceiros. A assessoria de imprensa da secretaria diz que o padre não se inscreveu, mas não quis dizer quem o indicou.

Concorrência
O órgão também não disse contra quem Lancelotti concorreu. Todos os 20 vencedores vão ganhar um certificado e uma obra do artista plástico Siron Franco. A categoria em que o padre venceu é apenas uma das dez em julgamento. Cada uma delas premia uma pessoa física e uma jurídica.
Além de Lancelotti, uma organização chamada "Obras Sociais Nossa Senhora do Morro", de Minas Gerais, também vai receber o prêmio de "enfrentamento à pobreza".
Um dos vencedores na categoria "Dorothy Stang", que premia "defensores de direitos humanos", é o ex-ministro da Justiça José Gregori, atual presidente da Comissão Municipal de Direitos Humanos de São Paulo.


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