São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2008

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Faltam voluntários na retomada de SC

Restabelecimento da rotina após tragédia fez cair número de colaboradores, diz comando do órgão

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BLUMENAU

Com o fim das chuvas e o retorno à vida normal na maior parte das regiões afetadas pela inundação em Santa Catarina há 16 dias, a Defesa Civil do Estado se depara agora com a escassez de voluntários nos centros de recepção de donativos.
De acordo com último balanço da tragédia, são cerca de 27,2 mil desalojados (pessoas que abandonaram temporariamente suas moradias) e 5.700 desabrigados (que perderam suas casas no desastre), além de 122 mortos e 29 desaparecidos.
O gerente da Defesa Civil de Santa Catarina, major Emerson Emerin, diz que os donativos continuam sendo enviados de todo o país, mas que, nas cidades atingidas, não há pessoal suficiente recepcioná-los, fazer a triagem e ajudar no transporte às famílias em abrigos.
Em Florianópolis, por exemplo, apenas seis pessoas trabalhavam na tarde de anteontem para recepcionar carretas carregadas de donativos que chegaram na Central de Doações.
Depois de anúncios na mídia local requisitando voluntários de emergência, a Defesa Civil conseguiu elevar o número de pessoas na equipe para 20.
Em Blumenau, o problema também ocorre no Parque Vila Germânica, que centraliza o recebimento dos donativos. Os caminhões fazem fila para descarregar no lado de fora do parque, o que fez a Defesa Civil do município colocar anúncios com apelos para a inscrição de mais voluntários que, em troca, receberão almoço e jantar.
"Na maioria dos municípios, com o retorno à normalidade, os voluntários também começaram a ficar em menor número porque todos acabam tendo de voltar à rotina de trabalho", diz. A Defesa Civil tem planos de formar equipes fixas de voluntários para garantir o envio de mantimentos às famílias que continuarem em abrigos.
A normalização da vida diária em Blumenau fez o Exército liberar grande parte da equipe de salvamento aéreo que trabalhou no resgate de flagelados. Dos cinco helicópteros que estavam no 23º Batalhão de Infantaria, em Blumenau, só dois ficarão de prontidão a partir deste final de semana.

Decisão de ficar
Na casa do microempresário Leonardo Schiminelli, 63, a decisão foi permanecer morando no bairro Velha Grande, onde um morro deslizou matando cinco pessoas -entre elas sua filha, o genro e a neta de 9 anos.
Schiminelli mudara-se com a mulher e os cinco filhos para a casa que construiu no local após ter perdido tudo na enchente de 1983. "Me mudei para cá para ver se a gente se livrava de enchente", ele conta. "Tem algum lugar para ir em Blumenau que seja seguro?"


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