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Faltam voluntários na retomada de SC
Restabelecimento da rotina após tragédia fez cair número de colaboradores, diz comando do órgão
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BLUMENAU
Com o fim das chuvas e o retorno à vida normal na maior
parte das regiões afetadas pela
inundação em Santa Catarina
há 16 dias, a Defesa Civil do Estado se depara agora com a escassez de voluntários nos centros de recepção de donativos.
De acordo com último balanço da tragédia, são cerca de 27,2
mil desalojados (pessoas que
abandonaram temporariamente suas moradias) e 5.700 desabrigados (que perderam suas
casas no desastre), além de 122
mortos e 29 desaparecidos.
O gerente da Defesa Civil de
Santa Catarina, major Emerson Emerin, diz que os donativos continuam sendo enviados
de todo o país, mas que, nas cidades atingidas, não há pessoal
suficiente recepcioná-los, fazer
a triagem e ajudar no transporte às famílias em abrigos.
Em Florianópolis, por exemplo, apenas seis pessoas trabalhavam na tarde de anteontem
para recepcionar carretas carregadas de donativos que chegaram na Central de Doações.
Depois de anúncios na mídia
local requisitando voluntários
de emergência, a Defesa Civil
conseguiu elevar o número de
pessoas na equipe para 20.
Em Blumenau, o problema
também ocorre no Parque Vila
Germânica, que centraliza o recebimento dos donativos. Os
caminhões fazem fila para descarregar no lado de fora do parque, o que fez a Defesa Civil do
município colocar anúncios
com apelos para a inscrição de
mais voluntários que, em troca,
receberão almoço e jantar.
"Na maioria dos municípios,
com o retorno à normalidade,
os voluntários também começaram a ficar em menor número porque todos acabam tendo
de voltar à rotina de trabalho",
diz. A Defesa Civil tem planos
de formar equipes fixas de voluntários para garantir o envio
de mantimentos às famílias
que continuarem em abrigos.
A normalização da vida diária em Blumenau fez o Exército
liberar grande parte da equipe
de salvamento aéreo que trabalhou no resgate de flagelados.
Dos cinco helicópteros que estavam no 23º Batalhão de Infantaria, em Blumenau, só dois
ficarão de prontidão a partir
deste final de semana.
Decisão de ficar
Na casa do microempresário
Leonardo Schiminelli, 63, a decisão foi permanecer morando
no bairro Velha Grande, onde
um morro deslizou matando
cinco pessoas -entre elas sua
filha, o genro e a neta de 9 anos.
Schiminelli mudara-se com a
mulher e os cinco filhos para a
casa que construiu no local
após ter perdido tudo na enchente de 1983. "Me mudei para cá para ver se a gente se livrava de enchente", ele conta.
"Tem algum lugar para ir em
Blumenau que seja seguro?"
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