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Risco de epidemia urbana é remoto, dizem especialistas
DA REPORTAGEM LOCAL
Especialistas afirmam que os
recentes casos de suspeita de
febre amarela são preocupantes, mas avaliam que o risco de
uma epidemia urbana é remoto. Desde 1942 o país não registra casos de transmissão urbana da doença.
Para os infectologistas, a
preocupação reside no fato de
que muitas pessoas no país não
são vacinadas contra a febre
amarela -mesmo as que vivem
em áreas de contágio.
Associado a isso, eles citam a
grande circulação, em várias
regiões do país, do mosquito
Aedes aegypti -que, além da
dengue, também transmite febre amarela em áreas urbanas.
Segundo o infectologista
Luiz Jacinto da Silva, a situação só não é mais grave porque
há diferenças importantes entre o potencial de transmissão
da dengue e da febre amarela.
A pessoa infectada por febre
amarela, por ter sintomas mais
sérios que a dengue clássica, cai
doente e fica com mobilidade
reduzida, o que diminui as
chances de ser picada por mais
mosquitos e transmitir a doença para mais pessoas.
Já no caso da dengue, a maioria dos infectados é assintomática e continua tendo uma vida
normal, o que aumenta o risco
de transmissão. Na dengue, o
vírus fica mais tempo circulando na corrente sangüínea.
Ainda assim, Silva acredita
que exista um risco teórico de o
país registrar febre amarela urbana. "Ninguém pode dizer que
a gente não corre esse risco."
Anteontem, o secretário de Vigilância em Saúde, Gerson
Penna, afirmou que o risco de
febre amarela em áreas urbanas "está descartado".
Para infectologista Vicente
Amato Neto, do conselho permanente de assessoramento de
imunizações, o caminho para
evitar a transmissão da febre
amarela urbana passa pela erradicação do Aedes aegypti e
pela vacinação das pessoas.
Ele afirma que, se os casos
continuarem aumentando, o
país terá de avaliar uma vacinação em massa. A vacina tem
99% de eficácia e é fabricada
pelo Ministério da Saúde.
No Estado de São Paulo, os
últimos casos (dois) de febre
amarela em São Paulo ocorreram em 2000.
(CLÁUDIA COLLUCCI)
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