São Paulo, quarta-feira, 09 de janeiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Risco de epidemia urbana é remoto, dizem especialistas

DA REPORTAGEM LOCAL

Especialistas afirmam que os recentes casos de suspeita de febre amarela são preocupantes, mas avaliam que o risco de uma epidemia urbana é remoto. Desde 1942 o país não registra casos de transmissão urbana da doença.
Para os infectologistas, a preocupação reside no fato de que muitas pessoas no país não são vacinadas contra a febre amarela -mesmo as que vivem em áreas de contágio.
Associado a isso, eles citam a grande circulação, em várias regiões do país, do mosquito Aedes aegypti -que, além da dengue, também transmite febre amarela em áreas urbanas.
Segundo o infectologista Luiz Jacinto da Silva, a situação só não é mais grave porque há diferenças importantes entre o potencial de transmissão da dengue e da febre amarela.
A pessoa infectada por febre amarela, por ter sintomas mais sérios que a dengue clássica, cai doente e fica com mobilidade reduzida, o que diminui as chances de ser picada por mais mosquitos e transmitir a doença para mais pessoas.
Já no caso da dengue, a maioria dos infectados é assintomática e continua tendo uma vida normal, o que aumenta o risco de transmissão. Na dengue, o vírus fica mais tempo circulando na corrente sangüínea.
Ainda assim, Silva acredita que exista um risco teórico de o país registrar febre amarela urbana. "Ninguém pode dizer que a gente não corre esse risco." Anteontem, o secretário de Vigilância em Saúde, Gerson Penna, afirmou que o risco de febre amarela em áreas urbanas "está descartado".
Para infectologista Vicente Amato Neto, do conselho permanente de assessoramento de imunizações, o caminho para evitar a transmissão da febre amarela urbana passa pela erradicação do Aedes aegypti e pela vacinação das pessoas.
Ele afirma que, se os casos continuarem aumentando, o país terá de avaliar uma vacinação em massa. A vacina tem 99% de eficácia e é fabricada pelo Ministério da Saúde.
No Estado de São Paulo, os últimos casos (dois) de febre amarela em São Paulo ocorreram em 2000. (CLÁUDIA COLLUCCI)

Texto Anterior: Guarujá: Técnicos investigam se casos de meningite têm conexão entre si
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.