DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira mulher a procurar o Ministério Público, em abril, para denunciar Roger Abdelmassih por suposto atentado violento ao pudor foi uma ex-funcionária dele, Cristiane da Silva Oliveira, a única que aceita revelar a sua identidade.
Cristiane contou aos promotores que o médico tentou beijá-la à força em janeiro do ano passado. "Ele segurou o meu rosto com as duas mãos e me puxou para dar um beijo na boca. Eu o empurrei, mas ele disse que eu ia gostar. O telefone tocou, e eu saí correndo, nunca mais voltei à clínica", relata.
Segundo Cristiane, que começou a trabalhar com Abdelmassih em julho de 2006, era "comum" ver pacientes saírem da sala de Abdelmassih ou de recuperação "com batom borrado e braços vermelhos". "Não tinha como não notar."
A ex-funcionária tentou chantagear o médico. Em julho, enviou e-mail pedindo R$ 15 mil para não entregar às autoridades nomes de outras mulheres supostamente molestadas por ele. "Foi uma burrada, me arrependi, mas estava numa situação de desespero, tenho um filho pequeno, estava sem emprego, fiz por desespero."
Para o Ministério Público, o e-mail não desacredita o depoimento de Cristiane. "Na nossa investigação, ela é apenas mais uma vítima de Roger Abdelmassih", afirma o promotor José Reinaldo Carneiro.
O médico diz que a ex-funcionária está mentindo. "Ela foi demitida porque foi chamada a atenção dela violentamente."


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