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SP tem 68 pontos novos de alagamentos
37% dos locais inundados neste verão em São Paulo não haviam sofrido com enchentes nas duas estações de chuva passadas
Entre dezembro de 2009 e quinta, 180 ruas, avenidas, praças e viadutos tiveram ao menos um ponto de alagamento na cidade
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos 37% dos endereços que alagaram neste verão
em São Paulo não haviam sofrido com enchentes nas duas últimas temporadas de chuva.
Entre dezembro de 2009 e a
última quinta-feira, 180 ruas,
avenidas, praças e viadutos tiveram ao menos um ponto de
alagamento na cidade, segundo
levantamento da Folha no site
do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências).
Destes, pelo menos 68 não
apareceram nos dados da Prefeitura de São Paulo nos últimos dois períodos de chuva,
que para as estatísticas oficiais
vão de novembro a abril.
Entre os novos locais, estão
ruas como as avenidas Antártica e Europa (ambas na zona
oeste), a Nossa Senhora do Sabará (na zona sul) e a rua Oscar
Freire, na zona oeste.
Além disso, ainda há casos de
ruas que, apesar de terem aparecido nas estatísticas nos anos
anteriores, estão alagando em
locais onde não costumavam
alagar, como a alameda Santos
e a avenida Paulista.
A rua Engenheiro Aubertin
(na Lapa, zona oeste) é uma das
que não estavam na lista de alagamentos dos últimos dois verões. Lá, segundo os moradores, não inundava há dez anos.
Na noite do último dia 5, porém, a via chegou a ficar intransitável por quase uma hora.
"Há muito tempo não tínhamos problemas aqui. Mas boa
parte da rua ficou debaixo d'água. Carro nenhum passava.
Eu vi três que tiveram perda
total", diz a administradora Tatiana Filmarelli, 33, que mora
há 20 anos no bairro.
A rua leva à sede da Superintendência da Polícia Federal no
Estado e teve três quadras interditadas por causa da água.
Para Aluísio Pardo Canholi,
especialista em drenagem e autor do Plano de Macrodrenagem do Alto Tietê, alagamentos
em áreas altas, que não são em
fundos de vale, só ocorrem por
problemas de infraestrutura.
Segundo ele, alguns locais da
cidade nem sequer têm bocas
de lobo e galerias. Em outros
locais, o sistema existe, mas pode estar obstruído por lixo.
O secretário das Subprefeituras, Ronaldo Camargo, disse
que a cidade entrou no período
de chuvas com o sistema de
drenagem -galerias, bocas de
lobo, córregos e piscinões-
com 100% de sua capacidade.
Para ele, o grande número de
alagamentos deste verão é decorrência do aumento do volume de chuva. Em dezembro de
2009, choveu em média 260
mm, enquanto no mesmo mês
de 2007, foram 123 mm.
O secretário também afirma
que o solo estava mais encharcado porque vem chovendo
acima da média desde o segundo semestre do ano passado.
Camargo disse que novos
pontos de alagamento ocorrem
todos os anos pelo entupimento de bocas de lobo e galerias
causados geralmente pelo lixo
arrastado pelas enxurradas.
E que, após os alagamentos,
as equipes das subprefeituras
são acionadas para fazer a limpeza do local.
(TALITA BEDINELLI, AFONSO BENITES, EVANDRO SPINELLI E
CATHARINA NAKASHIMA)
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