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Apesar da motofaixa, índice de acidentes é alto na Sumaré
Em dois anos e meio, 83% dos acidentes com vítimas na avenida envolveram motocicletas
Ainda assim, gestão Kassab vai implantar uma nova motofaixa do centro à Vila Mariana com a justificativa de melhorar a segurança
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo depois da implantação de uma faixa exclusiva para
as motocicletas, 83% dos acidentes com vítimas no corredor da av. Sumaré (zona oeste)
envolveram esses veículos.
Segundo a CET (Companhia
de Engenharia de Tráfego), que
vai implantar uma nova motofaixa do centro à Vila Mariana
com a justificativa de melhorar
a segurança, 123 dos 148 acidentes registrados na via durante dois anos e meio (de 2007
ao primeiro semestre de 2009)
envolveram as motos -há pelo
menos um a cada semana.
Essa proporção é muito superior à média da capital paulista, onde as motocicletas representam 12% da frota e um
terço das mortes no trânsito.
O presidente da CET e Secretário de Transportes, Alexandre de Moraes, se recusa a informar os acidentes e mortes
no corredor Sumaré antes da
implantação da motofaixa, em
setembro de 2006, para que seja possível a comparação do número de ocorrências na fase anterior e posterior à medida.
Mas técnicos da CET já declararam que não houve redução de acidentes no corredor.
Relatórios apresentados pela
gestão Gilberto Kassab (DEM)
ao Contran (Conselho Nacional de Trânsito) mostram que,
em maio de 2006, antes da motofaixa, houve dois acidentes
com motos na Sumaré; no mesmo mês de 2007, um, e no de
2008, seis. A CET já chegou a
divulgar, há quatro anos, que só
17% dos acidentes na Sumaré
envolviam motos (8 de 46)
-mas não diz se os critérios para computá-los são iguais.
Outro resultado da implantação da motofaixa da Sumaré no
corredor das avenidas Noé de
Azevedo, Vergueiro e Liberdade (onde ela deve ficar pronta
até março) é a diminuição da
velocidade dos demais veículos.
Na Sumaré, conforme relatório enviado pela CET ao Contran, houve redução de 21% na
velocidade média dos carros,
principalmente devido ao estreitamento das demais faixas
de tráfego para que a via pudesse receber a motofaixa. Além
disso, a velocidade máxima
caiu de 70 km/h para 60 km/h.
Há um ano e meio, uma técnica do alto escalão da CET disse à Folha que, embora os acidentes na Sumaré não tivessem caído, houve uma mudança no perfil das ocorrências.
Em 1/3 dos casos, as motos
passaram a ser atingidas por
outros veículos que invadem a
faixa exclusiva para realizar
conversões à esquerda (que são
proibidas pela sinalização).
A autorização experimental
dada à CET pelo Contran para
implantar essa medida venceu
em setembro de 2008. Desde
então, eventuais multas aplicadas aos veículos que invadem a
faixa exclusiva das motos na
Sumaré não têm validade, segundo o órgão federal. A CET
não se manifesta nem diz se
tem aplicado essas multas.
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