São Paulo, quinta-feira, 09 de fevereiro de 2006 |
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CIDADE SEM LEI Integrante da GCM é flagrado, no centro de SP, auxiliando dois adolescentes a esquentar fundo de garrafa com droga Guarda ajuda menino de rua a se drogar
FERNANDO DONASCI REPÓRTER-FOTOGRÁFICO FABIO SCHIVARTCHE DA REPORTAGEM LOCAL Dois meninos de rua, uma garrafa com cola de sapateiro, ou algum tipo de entorpecente semelhante, e um homem da GCM (Guarda Civil Metropolitana). O que poderia ser uma ação cotidiana de repressão ao consumo de drogas revelou-se uma cena surpreendente na tarde de ontem, no centro de São Paulo, a cidade mais rica do país: um guarda ajudando adolescentes a se drogar no meio da rua. Eram 12h54 quando a Folha começou a acompanhar o trajeto desses meninos. Eles estavam com outros amigos na ladeira da Memória, a poucos metros do Vale do Anhangabaú, nadando em um lago, junto a um monumento construído no local. Guardas da GCM que normalmente fazem a segurança da região apareceram e expulsaram os meninos de lá -que correram com medo de serem detidos. Dois garotos do grupo, aparentando ter entre 10 e 14 anos, permaneceram no local. E um deles solicitou ajuda a um dos guardas. Ele entregou uma garrafa ao GCM que continha uma substância solidificada no fundo. O guarda virou a garrafa de ponta-cabeça e, com um isqueiro aceso, esquentou o fundo -a fim de derreter o produto e facilitar a inalação do vapor, que produz a sensação de alucinação. A ação durou poucos segundos. Depois, o guarda devolveu a garrafa para o menino e, sem nenhum tipo de aconselhamento ou retenção do produto, os observou descerem a ladeira da Memória. A Prefeitura de São Paulo, responsável pelo gerenciamento da GCM, diz que vai investigar o caso a partir das fotos feitas pela Folha. A cidade tem hoje cerca de 6.000 guardas-civis. A principal missão deles é preservar os bens públicos e auxiliar o policiamento junto a escolas municipais. Próximo Texto: Cidade sem lei: Corregedoria da GCM vai investigar caso Índice |
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