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APURAÇÃO
Escola superou a Beija-Flor, vice, por apenas meio ponto; Vila Isabel e Porto da Pedra são rebaixadas
Imperatriz é bicampeã no Rio
Roberto Price/Folha Imagem
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Maria Helena (à esq.), porta-bandeira da Imperatriz, e Selminha Sorriso (à dir.), da Beija-Flor, comemoram o resultado do Carnaval |
MÁRIO MOREIRA
ALEXANDRE MARON
da Sucursal do Rio
A Imperatriz Leopoldinense é a
bicampeã do Carnaval carioca.
Como no ano passado, a escola de
Ramos (zona norte do Rio) ganhou o título com apenas meio
ponto de vantagem sobre a Beija-Flor, vice-campeã.
É o terceiro bicampeonato da
história da Imperatriz, que já ganhara também em 80/81 e 94/95.
A escola teve ainda um título isolado em 89.
A grande surpresa da apuração
das notas, ontem à tarde, na praça
da Apoteose, foi a colocação do
Salgueiro, apontado como uma
das escolas favoritas deste ano,
que ficou apenas em sexto lugar e
nem sequer se apresentará no
Desfile das Campeãs, sábado.
Além da Imperatriz e da Beija-Flor, voltarão a desfilar no Sambódromo a Viradouro, a Mocidade Independente de Padre Miguel
e a Unidos da Tijuca, que ficaram
em terceiro, quarto e quinto, respectivamente.
O quesito decisivo para o triunfo da Imperatriz sobre a Beija-Flor foi conjunto. O julgador Ricardo Rizzo tirou meio ponto da
agremiação de Nilópolis e deu nota máxima à Imperatriz.
Ambas as escolas haviam perdido meio ponto no quesito mestre-sala e porta-bandeira. Em todas as
outras notas -eram três em cada
um dos dez quesitos-, tanto a
campeã quanto a vice tiraram 10.
O novo título consagra, mais
uma vez, o chamado "Carnaval de
resultados" da Imperatriz, cujos
desfiles se caracterizam por um
extremo rigor técnico e pelo estilo
detalhista da carnavalesca Rosa
Magalhães, mas também pela ausência de emoção.
Para este ano, dentre os 21 temas sugeridos pela Liga Independente das Escolas de Samba sobre
os 500 anos do país, Rosa escolheu um enredo já batido, sobre o
Descobrimento do Brasil, mas desenvolvido com fantasias e alegorias de grande beleza. Além disso,
a escola passou compacta, sem
deixar buracos, e mais animada
que em anos anteriores.
"A nossa escola trabalha em
equipe. Cada um sabe exatamente
como fazer o seu trabalho. Ganhar acaba sendo uma consequência disso", disse o presidente
da Imperatriz, Wágner Araújo.
O carnavalesco do Salgueiro,
Mauro Quintaes, disse que não
conseguia entender o critério usado pelos julgadores.
"Como posso perder um ponto
em enredo se ele foi sugerido pela
Liga, e eu segui as orientações?",
perguntou Quintaes, que escolheu como tema a vinda da família real portuguesa para o Brasil,
no início do século 19.
A Mangueira, que ficou em sétimo lugar, também reclamou do
resultado. Em seu desfile, a escola
teve enormes buracos causados
pela quebra de três carros alegóricos.
"Eu esperava perder pontos em
evolução, mas é uma covardia
perder em bateria e mestre-sala e
porta-bandeira", disse o presidente Elmo dos Santos.
Torcedores mangueirenses presentes na Apoteose ontem gritavam "É marmelada!" a cada nota
diferente de 10 para a verde-e-rosa.
A Portela, escola com mais títulos (21) no Carnaval do Rio, chegou, em determinado momento
da apuração, a estar ameaçada de
cair para o Grupo de Acesso, mas
acabou ficando em décimo lugar.
As duas rebaixadas foram a Vila
Isabel e a Porto da Pedra. No ano
que vem, elas serão substituídas
no Grupo Especial pelo tradicional Império Serrano e pelo Paraíso do Tuiuti, respectivamente
campeão e vice do Grupo de
Acesso.
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