São Paulo, quinta-feira, 09 de março de 2000


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APURAÇÃO
Escola superou a Beija-Flor, vice, por apenas meio ponto; Vila Isabel e Porto da Pedra são rebaixadas
Imperatriz é bicampeã no Rio

Roberto Price/Folha Imagem
Maria Helena (à esq.), porta-bandeira da Imperatriz, e Selminha Sorriso (à dir.), da Beija-Flor, comemoram o resultado do Carnaval


MÁRIO MOREIRA
ALEXANDRE MARON
da Sucursal do Rio

A Imperatriz Leopoldinense é a bicampeã do Carnaval carioca. Como no ano passado, a escola de Ramos (zona norte do Rio) ganhou o título com apenas meio ponto de vantagem sobre a Beija-Flor, vice-campeã.
É o terceiro bicampeonato da história da Imperatriz, que já ganhara também em 80/81 e 94/95. A escola teve ainda um título isolado em 89.
A grande surpresa da apuração das notas, ontem à tarde, na praça da Apoteose, foi a colocação do Salgueiro, apontado como uma das escolas favoritas deste ano, que ficou apenas em sexto lugar e nem sequer se apresentará no Desfile das Campeãs, sábado.
Além da Imperatriz e da Beija-Flor, voltarão a desfilar no Sambódromo a Viradouro, a Mocidade Independente de Padre Miguel e a Unidos da Tijuca, que ficaram em terceiro, quarto e quinto, respectivamente.
O quesito decisivo para o triunfo da Imperatriz sobre a Beija-Flor foi conjunto. O julgador Ricardo Rizzo tirou meio ponto da agremiação de Nilópolis e deu nota máxima à Imperatriz.
Ambas as escolas haviam perdido meio ponto no quesito mestre-sala e porta-bandeira. Em todas as outras notas -eram três em cada um dos dez quesitos-, tanto a campeã quanto a vice tiraram 10.
O novo título consagra, mais uma vez, o chamado "Carnaval de resultados" da Imperatriz, cujos desfiles se caracterizam por um extremo rigor técnico e pelo estilo detalhista da carnavalesca Rosa Magalhães, mas também pela ausência de emoção.
Para este ano, dentre os 21 temas sugeridos pela Liga Independente das Escolas de Samba sobre os 500 anos do país, Rosa escolheu um enredo já batido, sobre o Descobrimento do Brasil, mas desenvolvido com fantasias e alegorias de grande beleza. Além disso, a escola passou compacta, sem deixar buracos, e mais animada que em anos anteriores.
"A nossa escola trabalha em equipe. Cada um sabe exatamente como fazer o seu trabalho. Ganhar acaba sendo uma consequência disso", disse o presidente da Imperatriz, Wágner Araújo.
O carnavalesco do Salgueiro, Mauro Quintaes, disse que não conseguia entender o critério usado pelos julgadores.
"Como posso perder um ponto em enredo se ele foi sugerido pela Liga, e eu segui as orientações?", perguntou Quintaes, que escolheu como tema a vinda da família real portuguesa para o Brasil, no início do século 19.
A Mangueira, que ficou em sétimo lugar, também reclamou do resultado. Em seu desfile, a escola teve enormes buracos causados pela quebra de três carros alegóricos.
"Eu esperava perder pontos em evolução, mas é uma covardia perder em bateria e mestre-sala e porta-bandeira", disse o presidente Elmo dos Santos.
Torcedores mangueirenses presentes na Apoteose ontem gritavam "É marmelada!" a cada nota diferente de 10 para a verde-e-rosa.
A Portela, escola com mais títulos (21) no Carnaval do Rio, chegou, em determinado momento da apuração, a estar ameaçada de cair para o Grupo de Acesso, mas acabou ficando em décimo lugar.
As duas rebaixadas foram a Vila Isabel e a Porto da Pedra. No ano que vem, elas serão substituídas no Grupo Especial pelo tradicional Império Serrano e pelo Paraíso do Tuiuti, respectivamente campeão e vice do Grupo de Acesso.


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