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Assembleia quer Cidade Limpa em rodovias
Comissão de Transportes discute o programa Estrada Limpa, que restringe publicidade nas estradas paulistas, privatizadas ou não
Projeto abrange outdoors e placas em terrenos, prédios e postos; para empresas do setor, se há excesso, deveria existir mais fiscalização
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois do Cidade Limpa, é a
vez do Estrada Limpa. Extinta
em São Paulo pela lei que criou
o programa Cidade Limpa, a publicidade em outdoors, que migrou para terrenos ao longo das
rodovias paulistas, também deve ser retirada caso seja aprovado um projeto na Assembleia.
O projeto, que estabelece o
programa Estrada Limpa, surgiu na Comissão de Transportes. Assim como o Cidade Limpa, ele praticamente acaba com
a propaganda que pode ser vista
das rodovias, tanto as privatizadas quanto as operadas pelo governo. Só seriam mantidos
anúncios em áreas urbanas.
O presidente da comissão,
Edmir Chedid (DEM), diz que
ele próprio vê a poluição visual
nas estradas. "Como a maioria
dos partidos está representada
na comissão, deve haver concordância. Já vimos o bom resultado da lei em São Paulo."
A nova investida contra a chamada mídia exterior começou a
movimentar o Sepex (sindicato
das empresas do setor). Seu
presidente, Luiz Rodovalho, foi
à Assembleia na semana passada tentar sensibilizar os deputados a ao menos amenizá-la.
"Se existe excesso, deveria
haver mais fiscalização, o que,
por exemplo, não ocorreu na cidade [antes do Cidade Limpa].
Estamos em contato com o governo para fazer um convênio e
melhorar a fiscalização."
A proposta estabelece que todos os anúncios, mesmo licenciados, devem ser retirados dois
meses após sancionada a lei. As
multas chegam a R$ 4.926.
Restariam só propagandas de
governo e de caráter cultural ou
educativo. O dono de um terreno, mesmo longe da estrada,
perderá o direito de alugar o espaço para agências. Mesmo as
pequenas placas, de uso de governo ou de empresas, devem
ter regras mais restritivas.
Também estão incluídos os
grandes anúncios em postos de
gasolina e outros estabelecimentos. O projeto determina
que haja nova configuração das
placas em estabelecimentos vizinhos às estradas. Como o Cidade Limpa, a ideia é reduzir o
tamanho. Até os anúncios nas
chamadas empenas cegas
-parte de prédios voltados para
a estrada- ficam proibidos.
Hoje, conforme lei estadual
de 1994, as concessionárias e o
DER (Departamento de Estradas de Rodagem) podem conceder licença para a exploração da
publicidade, mas só fora da "faixa de domínio" da rodovia.
Uma estrutura grande numa
estrada com mais de duas pistas
por sentido, capaz de sustentar
um outdoor, custa cerca de R$
22 mil ao ano para a agência.
A ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) afirmou que não se manifestará até que seu departamento jurídico analise o projeto.
Folha Online
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