ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Campanha televisiva feita há alguns anos no Rio Grande do Sul pedia que a população elegesse a música símbolo do Estado. Venceu "Céu, Sol, Sul, Terra e Cor", obra de Jader Moreci Teixeira, mais conhecido como Leonardo.
O nome artístico vem desde o começo da carreira, quando ele ainda integrava as duplas sertanejas Leonardo & Leonir e Leopoldo & Leonardo. Antes disso, Jader havia sido o Zé Sabugo, um palhaço de circo. Mas enveredou para a música -e manteve o lado brincalhão, compondo inclusive canções humorísticas. Em casa, era desbocado, conta a família. Até a netinha de três anos repreendia o avô ao ouvi-lo dizer palavrão.
Outro costume era tomar chimarrão e estar sempre de bombachas. Numa de suas composições, ele canta: "Viva a bombacha, não interessa se faz frio ou sol que racha". Nos anos 60, Leonardo integrou "Os 3 Xirus", grupo que existe até hoje. Depois, lançou-se em carreira solo, consolidando-se nos anos 80.
Simpatizante do PT, emocionou-se certa vez quando cantou para Lula, numa das visitas do presidente à cidade.
Nos últimos sete anos, pela rádio Guaíba, apresentou um programa dominical sobre música regional. O último que gravou foi no dia 21.
Sofria de diabetes. Internado há alguns dias, morreu na madrugada de anteontem, aos 71, em Viamão, região metropolitana de Porto Alegre, devido a complicações renais.
Foi enterrado ao som de suas músicas, cantadas pelos amigos. Deixa filhos e duas netas.

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