São Paulo, quarta-feira, 09 de março de 2011

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Principais promessas de Kassab seguem no papel

Eliminar a fila por vaga em creche e construir hospitais são algumas delas

Revitalização do centro e novo Plano Diretor também não avançam; plano de gestão aponta 21 metas cumpridas


JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO

Transcorrida a metade do seu segundo mandato (2009-2012), o prefeito Gilberto Kassab (DEM) enfrenta dificuldades com algumas das principais promessas eleitorais.
Entre elas estão construir hospitais, expandir e requalificar corredores e terminais de ônibus, investir no Rodoanel e eliminar o "turno da fome" nas escolas e a fila de espera por vaga em creches.
No total, ele incluiu 223 promessas na Agenda 2012, o plano de metas do mandato. Destas, 21 estão cumpridas, sete nem iniciadas e 195 em andamento -que têm ao menos projeto, estudo ou local.
É nas promessas centrais da campanha, no entanto -aquelas levadas à TV, aos comícios e aos debates eleitorais-, que o prefeito patina.
A construção de três hospitais, por exemplo -uma das promessas mais importantes- segue no papel. Kassab tenta viabilizar uma parceria público-privada de R$ 6 bilhões para erguê-los em Parelheiros (sul), Brasilândia (norte) e Vila Matilde (leste).
Também no papel estão 50 ambulatórios odontológicos- 46 nem têm local.
O prefeito, porém, cumpriu metas importantes na área, como ampliar o Programa Saúde da Família e o número de ambulatórios de especialidades e psiquiátricos.
Nos transportes, Kassab vem atingindo a meta de renovar a frota de ônibus, mas, dos 66 km de novos corredores, nada foi feito. Também não saiu do papel a requalificação de outros 38 km. Dos oito terminais prometidos, apenas um foi construído.
O prefeito investiu R$ 700 milhões do R$ 1 bilhão prometido ao metrô, mas, dos 300 milhões para o Rodoanel, nada foi aplicado ainda.
Na área de urbanismo, metas importantes estão sendo cumpridas em remoção de moradores de áreas de risco e na urbanização de favelas. A revisão do Plano Diretor, porém, está travada na Câmara.

EDUCAÇÃO
Apesar da criação de 20,7 mil vagas, a demanda por creche, que era de 57,6 mil crianças em 2008, chegou a 100,4 mil no ano passado.
A prefeitura diz ser difícil achar terrenos, mesmo empecilho para o fim do "turno da fome" (11h às 15h), que afeta 39 escolas (7% da rede) -eram 66 ao iniciar a gestão.
"Há insuficiência de investimentos diretos em novas escolas e novos profissionais", diz Salomão Ximenes, da ONG Ação Educativa. Com isso, afirma, a oferta não segue a demanda -de 2008 a 2010, o total de matrículas cresceu 19% e a fila, 74%.

CENTRO
Kassab pretendia fazer da recuperação do centro a principal marca da segunda gestão, como a Lei Cidade Limpa havia sido na primeira.
O maior projeto, porém, o da Nova Luz, enfrenta resistência de lojistas e teve duas audiências sob protesto. Os problemas que marcam a região, como falta de segurança e uso de crack, persistem.
Há, no entanto, várias intervenções em andamento, como a construção do complexo cultural Praça das Artes (Anhangabaú), a requalificação da praça Roosevelt (República) e a reforma de prédios históricos na Sé.
O balanço é ""positivo" para Marco Antônio Ramos de Almeida, superintendente da ONG Associação Viva o Centro. "A recuperação do centro é um processo. O importante é ter continuidade."

CHUVAS
As enchentes, hoje um dos principais problemas da cidade, não foram um tema central na eleição. Kassab falou em criar parques, plantar árvores e limpar córregos e bocas de lobo -essas metas vêm sendo cumpridas.


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