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Vítimas do Palace decidem negociar em conjunto
FELIPE WERNECK
da Sucursal do Rio
Na reunião para a criação da Associação das Vítimas do Palace,
realizada ontem de manhã, cerca
de cem ex-moradores do condomínio decidiram que só procurarão a Sersan em nome da entidade.
A associação foi criada com o
objetivo de organizar a ação das
vítimas do desabamento parcial
do edifício Palace 2, que resultou
na morte de oito pessoas. O prédio
teve de ser implodido.
Os ex-moradores decidiram não
procurar a construtora individualmente, contrariando edital publicado por ela anteontem, em jornais cariocas.
A partir de hoje, advogados contratados pela Sersan estarão à disposição das pessoas que perderam
os apartamentos na implosão do
edifício Palace 2.
"Ninguém deve se precipitar
porque a dispersão é perigosa. Só
teremos força se formarmos um
grupo", disse a presidente da associação, Rauliete Barbosa Guedes.
Ela afirmou ser favorável a um
"acordo viável". Essa decisão, segundo Rauliete, não impede que
outros moradores façam acordos
isolados.
O ex-morador João Machado
não participou da reunião. Ele disse que procurará a Sersan independentemente do que ficasse decidido na reunião.
"Não estou preocupado com essa associação. Na segunda-feira
(hoje), procurarei os advogados
da Sersan. Só quero que me paguem o que perdi", disse Machado, que já havia pago R$ 93 mil
por seu apartamento.
Para Rauliete, a construtora só
pretende indenizar as perdas materiais dos ex-moradores, deixando de pagar pelos danos morais.
Ela disse que está aguardando a
volta da promotora Léia Freire,
que está viajando, para discutir o
resultado da ação coletiva movida
contra a construtora pelo Ministério Público.
Durante a reunião, a comissão
decidiu pedir à Prefeitura do Rio
autorização para que uma firma
contratada pelos ex-moradores
possa ter acesso aos escombros a
fim de preparar uma perícia independente.
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