São Paulo, segunda, 9 de março de 1998

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Vítimas do Palace decidem negociar em conjunto

FELIPE WERNECK
da Sucursal do Rio

Na reunião para a criação da Associação das Vítimas do Palace, realizada ontem de manhã, cerca de cem ex-moradores do condomínio decidiram que só procurarão a Sersan em nome da entidade.
A associação foi criada com o objetivo de organizar a ação das vítimas do desabamento parcial do edifício Palace 2, que resultou na morte de oito pessoas. O prédio teve de ser implodido.
Os ex-moradores decidiram não procurar a construtora individualmente, contrariando edital publicado por ela anteontem, em jornais cariocas.
A partir de hoje, advogados contratados pela Sersan estarão à disposição das pessoas que perderam os apartamentos na implosão do edifício Palace 2.
"Ninguém deve se precipitar porque a dispersão é perigosa. Só teremos força se formarmos um grupo", disse a presidente da associação, Rauliete Barbosa Guedes.
Ela afirmou ser favorável a um "acordo viável". Essa decisão, segundo Rauliete, não impede que outros moradores façam acordos isolados.
O ex-morador João Machado não participou da reunião. Ele disse que procurará a Sersan independentemente do que ficasse decidido na reunião.
"Não estou preocupado com essa associação. Na segunda-feira (hoje), procurarei os advogados da Sersan. Só quero que me paguem o que perdi", disse Machado, que já havia pago R$ 93 mil por seu apartamento.
Para Rauliete, a construtora só pretende indenizar as perdas materiais dos ex-moradores, deixando de pagar pelos danos morais.
Ela disse que está aguardando a volta da promotora Léia Freire, que está viajando, para discutir o resultado da ação coletiva movida contra a construtora pelo Ministério Público.
Durante a reunião, a comissão decidiu pedir à Prefeitura do Rio autorização para que uma firma contratada pelos ex-moradores possa ter acesso aos escombros a fim de preparar uma perícia independente.



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