SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma obra da Casa Cor, evento anual de decoração, na Vila Andrade (zona sul), foi embargada anteontem pela Polícia Militar Ambiental e está sendo investigada pela Delegacia de Crimes Ambientais por um suposto corte de árvores em uma área de preservação da mata nativa.
A empresa também foi multada em cerca de R$ 300 mil pela Subprefeitura do Campo Limpo por não ter apresentado as licenças necessárias para a realização da obra e ter desrespeitado o embargo feito por fiscais.
O diretor da Casa Cor, Roberto Dimbério, afirmou que a denúncia foi feita por vizinhos que estão incomodados com o evento e que as acusações não têm fundamento. Segundo Dimbério, nenhuma árvore foi cortada, a obra não possui impedimentos legais e está dentro das normas municipais. Ele afirmou que vai recorrer do embargo e que pretende realizar o evento no local em junho.
O diretor do evento explicou também que a propriedade é da Eletropaulo e que foi feito um acordo de empréstimo para a Casa Cor, que vai arcar com as despesas da obra e da manutenção. A Eletropaulo, por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou a informação.
As obras no terreno, localizado na avenida dona Maria Mesquita da Mota e Silva, começaram há cerca de 20 dias, segundo o subprefeito do Campo Limpo, Ramiro Meves. Após a denúncia de um vizinho, fiscais da subprefeitura foram até o local e pediram a documentação da obra.
"Eles não apresentaram alvará para a obra, nenhuma autorização para o que estavam fazendo. E os fiscais também perceberam o corte de árvores no terreno. Nós multamos e embargamos a obra, mas eles desrespeitaram o embargo", disse o subprefeito.
Anteontem, policiais fizeram uma diligência no local e embargaram novamente a construção. Segundo a Delegacia de Crimes Ambientais, foi constatado corte e desmatamento de uma Área de Preservação Permanente- locais onde a legislação ambiental determina que a mata nativa seja mantida, podendo ser modificada apenas com uma autorização do poder público.
No entanto, a delegacia informou que o responsável pela Casa Cor foi notificado, mas não apresentou autorização para o corte. A polícia vai investigar quem determinou o suposto desmatamento e, se houve dano ao meio ambiente, quem são os responsáveis.
"Fomos surpreendidos com o movimento de carros, máquinas e caminhões e percebemos que começou um desmatamento de parte da área verde do terreno da casa e de uma enorme área contígua atrás do imóvel, que vai até a marginal, por onde passa um córrego", afirmou Marcelo Roberto Reis, vizinho da propriedade.


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