|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Favela tem uma TV comunitária e jornais locais
DA SUCURSAL DO RIO
Não é apenas a Via Sacra da Rocinha que mostra para quem visita a favela que a comunidade produz sua própria cultura. Com cerca de 57 mil habitantes, segundo o
Censo 2000 do IBGE (os moradores dizem ter, no entanto, mais de
100 mil), a favela possui uma TV
comunitária, jornais financiados
pelo comércio do bairro e compositores que não vivem apenas do
funk ou do samba.
Um desses artistas que canta a
Rocinha é Alta do Vale, que lançará seu primeiro CD neste ano. Sua
música de trabalho fala de ruas da
favela. "Da rua 1 à via Ápia tem a
parabólica que corta a favela ao
meio e que leva para o seu aparelho os sonhos que você não pode
comprar", diz um dos trechos de
"Maldita Parabólica".
Nos eventos mais importantes
da comunidade, é comum encontrar a imprensa local. Há, por
exemplo, um canal comunitário
feito para os assinantes da TV
ROC, a TV a cabo da Rocinha.
Há ainda o jornal "Rocinha Notícias", que completou neste mês
cinco anos de existência. Distribuído gratuitamente, "o jornal
que é a cara da Rocinha", como
diz seu slogan, tem anúncios do
comércio local e até coluna social.
Toda essa agitação cultural, no
entanto, carece de mais espaço.
Um projeto de urbanização da
Rocinha feito pelo governo do Estado e pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil tenta resolver esse
problema. O projeto foi vencido
pelo arquiteto Luiz Carlos Toledo.
Sua proposta é, além de melhorar
as condições de vida da favela, explorar todo o potencial turístico
do local, que já atrai turistas apesar da falta de infra-estrutura,
construindo inclusive um centro
de convenções com um palco.
Texto Anterior: Arte da fé: Rocinha reinventa sua própria Via Sacra Próximo Texto: Roupa artesanal: Curso quer resgatar profissão de alfaiate Índice
|