São Paulo, domingo, 09 de abril de 2006

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Favela tem uma TV comunitária e jornais locais

DA SUCURSAL DO RIO

Não é apenas a Via Sacra da Rocinha que mostra para quem visita a favela que a comunidade produz sua própria cultura. Com cerca de 57 mil habitantes, segundo o Censo 2000 do IBGE (os moradores dizem ter, no entanto, mais de 100 mil), a favela possui uma TV comunitária, jornais financiados pelo comércio do bairro e compositores que não vivem apenas do funk ou do samba.
Um desses artistas que canta a Rocinha é Alta do Vale, que lançará seu primeiro CD neste ano. Sua música de trabalho fala de ruas da favela. "Da rua 1 à via Ápia tem a parabólica que corta a favela ao meio e que leva para o seu aparelho os sonhos que você não pode comprar", diz um dos trechos de "Maldita Parabólica".
Nos eventos mais importantes da comunidade, é comum encontrar a imprensa local. Há, por exemplo, um canal comunitário feito para os assinantes da TV ROC, a TV a cabo da Rocinha.
Há ainda o jornal "Rocinha Notícias", que completou neste mês cinco anos de existência. Distribuído gratuitamente, "o jornal que é a cara da Rocinha", como diz seu slogan, tem anúncios do comércio local e até coluna social.
Toda essa agitação cultural, no entanto, carece de mais espaço. Um projeto de urbanização da Rocinha feito pelo governo do Estado e pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil tenta resolver esse problema. O projeto foi vencido pelo arquiteto Luiz Carlos Toledo. Sua proposta é, além de melhorar as condições de vida da favela, explorar todo o potencial turístico do local, que já atrai turistas apesar da falta de infra-estrutura, construindo inclusive um centro de convenções com um palco.


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