São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2008

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Promotor agora pede cautela na investigação

Cembranelli criticou "especulações" da imprensa e disse que nenhuma hipótese, como a de haver um 3º suspeito, pode ser descartada

Sem especificar quais, promotor disse que muitas informações foram divulgadas de forma precipitada pela mídia

DA REPORTAGEM LOCAL

O promotor Francisco José Cembranelli pediu cautela ontem em relação à investigação sobre a morte da menina Isabella. Ele criticou "especulações que a imprensa vem divulgando" e, sem especificar nenhuma delas, disse que muitas informações são precipitadas.
Cembranelli foi indicado pelo Ministério Público para acompanhar as investigações. Na sexta-feira passada, durante entrevista coletiva sobre o caso, ele disse que havia várias contradições nos depoimentos dados à Polícia Civil pelo pai e pela madrasta da menina.
As diferenças, segundo o promotor, eram em relação à seqüência dos fatos. Ele, no entanto, não explicou quais são os pontos estranhos.
Ontem, ele disse que as investigações devem ser conduzidas com calma e afirmou que não descarta nenhuma possibilidade na investigação.

Linhas de investigação
Ao ser questionado sobre a hipótese de um terceiro suspeito, ele disse: "Nenhuma possibilidade foi descartada. Estamos abertos a todas as linhas de investigação para formarmos a nossa convicção".
Na última sexta, o promotor também havia dito que não descartava nenhuma hipótese, embora tenha dito que a versão do casal era "fantasiosa".
Ontem, ele ressaltou que a possibilidade de haver um terceiro suspeito não é uma "convicção" na investigação e disse que espera a conclusão dos laudos periciais para poder emitir juízo sobre o assunto.
A Folha apurou que a Polícia Civil continua a considerar o casal como o principal alvo das investigações.
Cembranelli passou pouco mais de duas horas ontem reunido com policiais do 9º DP para atualizar suas informações sobre o inquérito e saber sobre os planos dos policiais para ouvir novas testemunhas.

Calma
"Eu sei que a sociedade quer respostas. Eu também quero, mas nós temos que ter calma suficiente para apresentar um resultado que satisfaça a todos", disse o promotor.
Cembranelli afirmou ainda que não recebeu oficialmente as gravações, obtidas pela polícia, do casal fazendo compras em um supermercado em Guarulhos horas antes da morte de Isabella.
Questionado sobre a declaração da defesa do casal, de que o vídeo fortalecia a inocência de Nardoni e de sua mulher, disse apenas que não iria emitir "juízo de valores". E afirmou, ainda, que permanece em vigor a decisão da polícia de manter o caso sob sigilo.


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