|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo reduz tributos de medicamentos
Na avaliação oficial, medida acarretará redução do preço de remédios para Aids, câncer e diabetes; entidade do setor diz que não
A federação da indústria farmacêutica diz que decreto apenas recupera
a competitividade da indústria nacional
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal voltou a
desonerar os preços de medicamentos e zerou a alíquota de
PIS/Cofins de 225 insumos do
setor farmacêutico.
A medida passou a valer ontem e abrange a venda desses
produtos no mercado interno,
assim como a importação.
Com isso, o governo diz que
haverá redução do preço de remédios usados no tratamento
de Aids, mal de Alzheimer, câncer, diabetes e hipertensão. A
Febrafarma (Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica) diz que não.
A desoneração dos princípios
ativos foi formalizada em decreto publicado ontem do "Diário Oficial" da União. Outros 52
tipos de insumos já haviam sido
desonerados.
Com a medida, o governo
também deve reduzir gastos
com a compra de remédios para programas de saúde federais.
O coordenador de tributos
sobre produção e comércio exterior da Receita Federal, Elder
Silva Chaves, afirmou que o
preço final dos medicamentos
já era isento de PIS/Cofins.
Os laboratórios que cumprem as exigências da Câmara
de Medicamentos do governo
-que define o índice de reajuste- recebem do fisco um crédito presumido no mesmo valor
do PIS/ Cofins devido, cuja alíquota seria de 12%.
No entanto, como os insumos ainda eram tributados em
9,25%, os laboratórios não conseguiam aproveitar os créditos
e acabavam repassando para o
preço final do medicamento o
PIS/Cofins embutido no custo
da matéria-prima.
"Dessa forma, a desoneração
não estava ocorrendo 100% e os
medicamentos chegavam às
prateleiras com resíduos de
PIS/Cofins", disse Chaves. Segundo ele, para a Receita Federal a medida não terá impacto
na arrecadação, tendo um efeito apenas temporário no fluxo
de recolhimento de impostos.
Chaves disse que a nova lista
de desoneração contemplará
praticamente todos os medicamentos caros utilizados no tratamento de doenças crônicas.
Além dos 225 insumos, também foram beneficiados produtos usados por laboratórios,
consultórios médicos e campanhas de saúde.
Febrafarma
Em nota, a entidade que reúne os fabricantes disse que "a
medida não tem impacto direto
na indústria farmacêutica, nem
no que se refere aos custos nem
aos preços dos medicamentos".
"O principal efeito do decreto é o de recuperar a competitividade das indústrias nacionais
de farmoquímicos [fabricantes
de matérias-primas usadas na
produção de medicamentos]
frente aos fabricantes estrangeiros", diz a nota.
"O decreto elimina a desvantagem tributária que era gerada
pela cobrança do PIS/Cofins-Importação sobre os intermediários de síntese utilizados na
fabricação de fármacos, enquanto seus congêneres importados eram isentos."
Em nota, o Ministério da
Saúde disse ter "expectativa"
de que o desconto chegue ao
consumidor, já que a isenção
dos tributos sobre os princípios
ativos "possibilitará às indústrias queda no custo para a produção de medicamentos".
Colaborou ANGELA PINHO, da Sucursal de
Brasília
Texto Anterior: Uberlândia: Dupla rouba R$ 600 de Alexandre Pires e pede autógrafo Próximo Texto: Rio: Cabral compara combate à dengue à ação antitráfico Índice
|