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Shoppings fazem alerta contra "pegação" gay e atos obscenos nos banheiros
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em todos os banheiros de
um shopping da região central, um aviso dá o alerta de
que o ato obsceno, crime previsto no artigo 233 do Código
Penal, é passível de detenção.
Por trás do recado, homens
se reúnem para exibicionismo, voyeurismo e encontros
casuais. É a "pegação", segundo explicaram à reportagem
alguns freqüentadores, em gíria própria da comunidade
gay, cena comum à maioria
dos shoppings e outros locais
públicos.
Em alguns desses lugares a
desinibição tomou contornos
ainda mais lascivos com a
prostituição de garotos de
programa nos mictórios.
A atividade ganhou dimensão também no Orkut, a página de relacionamento na internet, onde comunidades
dedicadas à prática são cada
vez mais freqüentes e freqüentadas. Algumas reúnem
5.639 membros.
Em várias comunidades,
usuários marcam encontros
nos mictórios, com hora exata, e trocam informações sobre em quais toaletes o rendez-vous é mais discreto.
A primeira reação veio do
Shopping Light, no Vale do
Anhangabaú, que passou a
cobrar R$ 0,50 de entrada para uso dos banheiros, de forma a inibir o entra-e-sai. Em
seguida veio o Frei Caneca,
que dispôs placas com a seguinte mensagem: "a prática
de ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao
público, é passível de pena de
detenção de três meses a um
ano".
O Frei Caneca informa que
"pessoas da administração do
shopping viram a placa em
uma livraria da avenida Paulista e resolveram afixá-la nos
banheiros como medida preventiva, para evitar constrangimentos".
O Shopping Light afirma
que "está localizado em uma
área com um fluxo muito
grande de pessoas, e o objetivo da administração é garantir o conforto dos clientes". O
Paulista diz que tem "equipe
de segurança treinada e adequada às suas condições de
risco", para "manter a ordem
e os bons costumes".
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