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Proibição ao fumo reduz internação por infarto do miocárdio, diz pesquisa
MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O principal efeito do banimento do fumo em espaços públicos é a redução nas internações por infarto agudo do miocárdio, de acordo com Tania
Cavalcanti, coordenadora do
Programa de Controle de Tabagismo do Inca (Instituto Nacional de Câncer).
Uma pesquisa coordenada
pelo médico italiano Lorenzo
Richiardi concluiu que o fim
do fumo em bares e restaurantes provoca queda de 5% a 15%
nas internações por infarto
agudo do miocárdio. Ele analisou dados de países que baniram o fumo, como Itália e Inglaterra.
O percentual varia bastante
porque depende de quanto era
a exposição à fumaça antes e
depois da lei. As doenças cardiovasculares são as que mais
matam no Brasil. O Estado de
São Paulo registrou 18.409 internações por infarto agudo do
miocárdio no ano passado, segundo a Secretaria da Saúde.
Outro efeito do banimento é
a redução no número de fumantes. Na Inglaterra, 400 mil
deixaram de fumar um ano depois que o tabaco foi proibido
em ambientes públicos. O número equivale a 5% dos fumantes a partir de 18 anos. A lei inglesa é de julho de 2007.
No Brasil, não há projeções
sobre as consequências do banimento. Das capitais brasileiras, só Recife e João Pessoa vetam o fumo em bares e restaurantes por uma decisão local.
Recife
Recife foi a capital brasileira
com a terceira maior queda de
fumantes entre 2006 e 2008,
segundo a pesquisa Vigitel, do
Ministério da Saúde.
A redução foi de 29%. A queda não é obra do acaso, segundo
Vera Luiza da Costa e Silva, que
dirigiu a área de controle de tabagismo da OMS (Organização
Mundial da Saúde) e hoje é consultora do órgão. "Recife mostra como as políticas de banimento ajudam a reduzir o número de fumantes", diz.
As cidades que tiveram as
maiores quedas -Teresina
(31%) e Maceió (29,5%)- ainda
precisam ser estudadas, de
acordo com ela, para saber se o
efeito é resultado de políticas
locais ou de queda na renda dos
fumantes.
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