São Paulo, sexta-feira, 09 de abril de 2010

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Rede de satélites integrada poderia minimizar tragédia

FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo com mais de 90% de acerto, a previsão do tempo no país não é totalmente capaz de enxergar tragédias como a do Rio de Janeiro. Parte do problema é realmente técnico (não há equipamento para localizar com precisão onde irá ocorrer a chuva), mas um sistema eficiente de alerta contra desastres naturais já poderia estar em funcionamento. E, assim, evitar mortes e prejuízos.
O país tem uma rede de 22 satélites meteorológicos que não estão integrados, segundo Luiz Augusto Machado, coordenador do Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos). Essa integração está prevista em uma proposta que algumas instituições, incluindo o grupo do Cptec, fizeram ao governo federal.
A criação da rede de satélites está sob análise da Comissão de Meteorologia, Climatologia e Hidrologia, grupo interministerial chefiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Os equipamentos de previsão do tempo instalados no país, inclusive no Rio, são operados por órgãos estaduais, universidades e a Aeronáutica.
Os radares meteorológicos são sensores de solo que oferecem uma visão detalhada das nuvens. Com esses equipamentos, é possível acompanhar o deslocamento de uma tempestade e prever quais bairros de uma cidade vão ser atingidos pela chuva com uma antecedência de até seis horas.
A rede satelital é só parte da solução. O país precisaria também de mais 15 equipamentos como esses para que mais trechos do território ficassem cobertos, dizem os especialistas. O custo seria de R$ 110 milhões. Segundo o governo, essa verba deverá estar no PAC-2.
O Brasil também não possui um satélite meteorológico próprio. As imagens usadas hoje nas previsões são obtidas por um equipamento americano e, em alguns casos, por um satélite europeu. O Brasil, por acordo, tem direito a usar os dados.
Segundo Machado, as previsões do tempo regionais feitas no Brasil enxergam normalmente um ponto de 20 km por 20 km. "Neste caso, além de integração de mais dados, também é preciso mais pesquisa."
O Cptec deu o aviso das chuvas no Rio com dias de antecedência. Mas, por causa da escala da previsão, não sabia a intensidade e localização precisa.


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