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Rede de satélites integrada poderia minimizar tragédia
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo com mais de 90% de
acerto, a previsão do tempo no
país não é totalmente capaz de
enxergar tragédias como a do
Rio de Janeiro. Parte do problema é realmente técnico (não
há equipamento para localizar
com precisão onde irá ocorrer a
chuva), mas um sistema eficiente de alerta contra desastres naturais já poderia estar
em funcionamento. E, assim,
evitar mortes e prejuízos.
O país tem uma rede de 22
satélites meteorológicos que
não estão integrados, segundo
Luiz Augusto Machado, coordenador do Cptec (Centro de
Previsão de Tempo e Estudos
Climáticos). Essa integração
está prevista em uma proposta
que algumas instituições, incluindo o grupo do Cptec, fizeram ao governo federal.
A criação da rede de satélites
está sob análise da Comissão de
Meteorologia, Climatologia e
Hidrologia, grupo interministerial chefiado pelo Ministério
da Ciência e Tecnologia. Os
equipamentos de previsão do
tempo instalados no país, inclusive no Rio, são operados
por órgãos estaduais, universidades e a Aeronáutica.
Os radares meteorológicos
são sensores de solo que oferecem uma visão detalhada das
nuvens. Com esses equipamentos, é possível acompanhar o
deslocamento de uma tempestade e prever quais bairros de
uma cidade vão ser atingidos
pela chuva com uma antecedência de até seis horas.
A rede satelital é só parte da
solução. O país precisaria também de mais 15 equipamentos
como esses para que mais trechos do território ficassem cobertos, dizem os especialistas.
O custo seria de R$ 110 milhões.
Segundo o governo, essa verba
deverá estar no PAC-2.
O Brasil também não possui
um satélite meteorológico próprio. As imagens usadas hoje
nas previsões são obtidas por
um equipamento americano e,
em alguns casos, por um satélite europeu. O Brasil, por acordo, tem direito a usar os dados.
Segundo Machado, as previsões do tempo regionais feitas
no Brasil enxergam normalmente um ponto de 20 km por
20 km. "Neste caso, além de integração de mais dados, também é preciso mais pesquisa."
O Cptec deu o aviso das chuvas no Rio com dias de antecedência. Mas, por causa da escala da previsão, não sabia a intensidade e localização precisa.
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