São Paulo, sábado, 09 de abril de 2011

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No país, colégios prometem reforçar sua segurança

Colégios particulares estão sendo orientados a aumentar controle da entrada

Reportagem entrou, sem dificuldades, em escolas públicas de Belo Horizonte, Salvador, Belém, Manaus e SP


DE SÃO PAULO

O massacre no Rio despertou nas redes pública e privada do país o temor de que ação semelhante se repita.
Gestores dos sistemas anunciaram ontem que aumentarão a segurança nos colégios, principalmente no controle de entrada de pessoas.
"Especialistas dizem que existe um efeito de indução", disse o secretário municipal da Segurança Urbana de SP, Edsom Ortega -ou seja, após caso como o de Realengo, outros podem querer repeti-lo.
"Numa tragédia como essa, temos de tirar lições", disse o prefeito Gilberto Kassab (que deixou o DEM para fundar o PSD). "A prefeitura está fazendo levantamento de como melhorar a conduta daqueles que têm a responsabilidade de fazer a segurança."
Responsável por um milhão de alunos, a Secretaria Municipal de Educação afirmou que já reforçou a orientação de que os colégios exijam identificação de quem queira entrar nas unidades.
"Nenhuma escola ou empresa conseguiria detectar caso como aquele. Mas tenho certeza de que o controle nas escolas privadas passará a ser mais rígido", diz José Augusto Mattos Lourenço, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares. "Só não pode virar neurose."
Ele afirmou que tem recebido diversas consultas de diretores preocupados. A orientação é que haja maior controle das entradas.
Em Pernambuco, o secretário da Educação, Anderson Gomes, disse que até o final do mês o controle de acesso às escolas passará dos servidores das unidades para empresas de segurança terceirizadas. O sistema atual "não é o ideal", afirmou ele.
A Secretaria Estadual da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB-SP) informou que avalia a necessidade da adoção de medidas extras de segurança.

ENTRADA LIVRE
Entre quinta e ontem, a reportagem da Folha entrou, sem dificuldades, em escolas estaduais de Belo Horizonte, Salvador, Belém e Manaus e municipais de São Paulo.
Em nenhuma das instituições visitadas, foi pedido algum documento nem questionado o motivo da entrada. Bolsas não foram revistadas.
Na capital mineira, o repórter colocou mochila e entrou na escola estadual Governador Milton Campos, onde a presidente Dilma Rousseff estudou. A diretora Maria José Duarte disse que funcionários controlam o acesso, mas "não é fácil", pois a escola é dividida por rua. "Os alunos têm aulas nos dois pontos e circulam", disse. Em Salvador, a reportagem passou sem problemas pelos dois portões do colégio estadual Thales de Azevedo.
A Secretaria da Educação da Bahia informou que as escolas são orientadas a permitir acesso apenas a pessoas que façam um registro por escrito do nome e da identidade, o que não ocorreu.
Em Manaus, a repórter encontrou o portão da escola Ângelo Ramazzotti fechado, mas o porteiro o abriu sem pedir identificação. "Às vezes, os porteiros não são preparados", disse a diretora Maria de Fátima Taveira.
Na capital paulista, a TV Folha alcançou áreas restritas de dois colégios municipais. Em outros dois, portões barraram a entrada.
Alunos se dizem inseguros. "Vai que um louco faz o mesmo aqui", afirmou estudante da estadual Caetano de Campos (centro de SP).

Colaboraram Agência Folha e "Agora"

FOLHA.com
Escolas municipais de SP têm circulação livre mesmo em áreas restritas
folha.com/mm900192


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