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FOCO
Evento amanhã pede parque em área no Butantã
Moradores querem preservar área verde e farão exibições de música, teatro e capoeira
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para transformar em parque uma área de quase 40
mil m2 no Butantã (zona oeste de São Paulo) e protestar
contra o muro que impediu o
acesso à fonte que existe ali,
os moradores do morro do
Querosene organizaram um
evento cultural no bairro.
As apresentações de música, intervenções teatrais,
poesia, capoeira e orquestra
de berimbau com artistas locais são amanhã, das 10h às
22h, na travessa da Fonte, no
número 500 da avenida Corifeu de Azevedo Marques.
Segundo Edson Lima, morador do morro, o local é como a Vila Madalena (zona
oeste) nos anos 60 e 70, por
concentrar artistas em uma
vizinhança quase bucólica.
Bumba-meu-boi, capoeira, mamulengos, samba de
roda, maracatu e grafite estão entre as manifestações
culturais do bairro.
Com a construção da estação Butantã do metrô, a menos de 2 km dali, os moradores temem a especulação
imobiliária e tentam preservar a área verde, uma propriedade particular conhecida como Chácara da Fonte.
Segundo eles, o local também tem valor cultural e histórico por fazer parte de um
antiga trilha indígena, mais
tarde utilizada por bandeirantes, jesuítas e tropeiros.
Os moradores acreditam
que a efervescência cultural
do morro venha dessa época,
quando os que usavam o caminho paravam ali para descansar, cantar e dançar.
TOMBAMENTO
Em 2004, a quadra onde fica a Chácara da Fonte foi incluída num processo de tombamento coletivo aberto pelo
Conpresp (órgão municipal
do patrimônio histórico).
O processo inclui todos os
imóveis indicados pela Subprefeitura do Butantã como
Zepec (Zona Especial de Preservação Cultural). Na prática, o local está protegido de
intervenções até a decisão final sobre o tombamento.
Os moradores dizem que a
construção do muro é irregular por esse motivo e porque,
segundo eles, o decreto municipal que cria a travessa da
Fonte diz que a via tem 85 m,
mas, com a construção do
muro, passou a ter 40 m.
Teresa Basile, uma das donas do terreno, afirma que a
área foi cercada por ser um
domicílio. "Tem caseiro, cachorro ali." Ela afirma ainda
que não é contra a desapropriação para a construção de
um parque, desde que o valor
real do terreno seja pago.
Basile diz que, caso os moradores peçam que a rua seja
refeita com 85 m, os proprietários da área pedirão a um
topógrafo que analise o caso.
(VANESSA CORREA)
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