São Paulo, sábado, 09 de abril de 2011

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FOCO

Evento amanhã pede parque em área no Butantã

Moradores querem preservar área verde e farão exibições de música, teatro e capoeira

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para transformar em parque uma área de quase 40 mil m2 no Butantã (zona oeste de São Paulo) e protestar contra o muro que impediu o acesso à fonte que existe ali, os moradores do morro do Querosene organizaram um evento cultural no bairro.
As apresentações de música, intervenções teatrais, poesia, capoeira e orquestra de berimbau com artistas locais são amanhã, das 10h às 22h, na travessa da Fonte, no número 500 da avenida Corifeu de Azevedo Marques.
Segundo Edson Lima, morador do morro, o local é como a Vila Madalena (zona oeste) nos anos 60 e 70, por concentrar artistas em uma vizinhança quase bucólica.
Bumba-meu-boi, capoeira, mamulengos, samba de roda, maracatu e grafite estão entre as manifestações culturais do bairro.
Com a construção da estação Butantã do metrô, a menos de 2 km dali, os moradores temem a especulação imobiliária e tentam preservar a área verde, uma propriedade particular conhecida como Chácara da Fonte.
Segundo eles, o local também tem valor cultural e histórico por fazer parte de um antiga trilha indígena, mais tarde utilizada por bandeirantes, jesuítas e tropeiros.
Os moradores acreditam que a efervescência cultural do morro venha dessa época, quando os que usavam o caminho paravam ali para descansar, cantar e dançar.

TOMBAMENTO
Em 2004, a quadra onde fica a Chácara da Fonte foi incluída num processo de tombamento coletivo aberto pelo Conpresp (órgão municipal do patrimônio histórico).
O processo inclui todos os imóveis indicados pela Subprefeitura do Butantã como Zepec (Zona Especial de Preservação Cultural). Na prática, o local está protegido de intervenções até a decisão final sobre o tombamento.
Os moradores dizem que a construção do muro é irregular por esse motivo e porque, segundo eles, o decreto municipal que cria a travessa da Fonte diz que a via tem 85 m, mas, com a construção do muro, passou a ter 40 m.
Teresa Basile, uma das donas do terreno, afirma que a área foi cercada por ser um domicílio. "Tem caseiro, cachorro ali." Ela afirma ainda que não é contra a desapropriação para a construção de um parque, desde que o valor real do terreno seja pago.
Basile diz que, caso os moradores peçam que a rua seja refeita com 85 m, os proprietários da área pedirão a um topógrafo que analise o caso.
(VANESSA CORREA)


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