KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Uma peça indígena do período pré-colonial, um muiraquitã, sumiu da mostra "Ceará Redescobre o Brasil", que acontece no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza.
Parte do patrimônio da União, a peça estava sob a tutela do Museu Nacional da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que a emprestou para a empresa BrasilConnects, curadora da exposição.
A direção do Centro Dragão do Mar e a Polícia Civil, responsável pela investigação, chegaram a tentar abafar o sumiço e colocaram, no lugar da peça desaparecida, uma placa dizendo "peça em manutenção".
Apenas anteontem foi anunciado publicamente o desaparecimento da peça, 13 dias depois de ter acontecido -o sumiço foi notado na manhã do dia 24 de abril. O próprio Museu Nacional e a BrasilConnects ficaram sabendo apenas no dia 30. Foi aberto um inquérito pela Polícia Federal do Rio, a pedido do Museu Nacional.
"Imaginamos que as investigações seriam rápidas e que logo encontraríamos a peça", disse Pádua Araújo, diretor do Centro Dragão do Mar.
Esculpido em pedra, o muiraquitã desaparecido mede seis centímetros. A peça, encontrada no começo do século 20, é um tipo de amuleto da etnia tapajó, que simboliza fertilidade.
A área onde o muiraquitã estava exposto foi isolada, mas deve ser liberada hoje, segundo a direção do Centro Dragão do Mar, que reforçou a segurança da mostra.
As investigações são dificultadas pela falta de um circuito interno de TV no local. Segundo Pádua Araújo, serão publicadas notas em jornais de todo o país para tentar recuperar o amuleto.



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