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PM acusado de sequestrar favelados se entrega
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O nono policial militar acusado
de participar de extorsões, sequestros e assassinatos de traficantes do morro do Turano (Rio
Comprido, zona norte do Rio) se
entregou ontem de manhã à PM
(Polícia Militar).
O soldado William Andrade de
Lucas se juntou aos outros sete
soldados e um sargento do 6º
BPM (Batalhão de Polícia Militar)
presos anteontem.
Eles são acusados de matar, há
uma semana, o traficante Adriano
Martins Miano, o Sapinho, e de
sequestrar Fábio Santos da Silva,
25, e Leandro dos Santos Ventura,
16, desaparecidos desde então. A
investigação está sendo feita pela
Corregedoria da PM.
Partiu do morro do Turano, vizinho à Universidade Estácio de
Sá, o tiro que feriu gravemente a
estudante Luciana Gonçalves Novaes, 19, na segunda-feira. O tiro
teria sido dado porque a universidade desobedeceu às ordens dos
traficantes, que exigiam o fechamento de todo o comércio da região em sinal de luto.
Luciana foi baleada no rosto e
corre o risco de ficar tetraplégica.
O jornal "Extra" divulgou ontem trechos de uma fita gravada
em agosto do ano passado pela
polícia paulista sobre "mineiras"
(extorsões praticadas por policiais) no morro.
Na gravação, o traficante Luiz
Pacheco, o PC, diz ao chefe do tráfico no morro, Ocimar Nunes Roberto, o Barbosinha, que o "arrego" (acordo) é pagar "R$ 1.500
por semana para cada turma" de
policiais. Em troca, a quadrilha
poderia vender drogas.
A quantia era maior do que os
"R$ 800 por semana" que o traficante PC oferecia.
"Ofereci R$ 800 e talvez chegasse a R$ 1.000. Mas eles [policiais"
mandaram logo R$ 1.500. Nem
chegaram a conversar", diz PC a
Barbosinha.
Desde que a jovem foi baleada, o
Turano está ocupado por 200 policiais por tempo indeterminado.
Policiais do mesmo batalhão
também estão sendo investigados
no caso do assassinato de quatro
jovens no morro do Borel (Tijuca,
zona norte).
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