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SEGURANÇA
Celular apreendido tinha contato de policiais
Delegado é suspeito de soltar preso para cometer crimes encomendados
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA
A Corregedoria da Polícia Civil
de Minas Gerais investiga se policiais da principal delegacia de Ribeirão das Neves (região metropolitana de Belo Horizonte) estão
liberando presos para a prática de
crimes encomendados.
Quatro policiais civis sob investigação foram transferidos ontem
de suas funções pelo comando da
corporação. Entre eles, o chefe da
10ª Delegacia Seccional da cidade,
Messias de Fátima Corrêa.
No último dia 2, policiais militares prenderam em flagrante Anderson Pereira dos Santos, 22, por
ter roubado um carro no dia anterior. Segundo a Polícia Civil, Santos estava foragido da 10ª Delegacia Seccional desde 29 de abril.
Após a apreensão do celular que
estava com Santos, o aparelho recebeu uma chamada com o nome
"Márcio 10". Um policial atendeu
e o interlocutor disse: "E aí? Onde
você está? O Murta está louco
atrás de você. Você quer que eu
avise o Louzada que você está
chegando?".
Na 10ª Delegacia Seccional de
Ribeirão das Neves, trabalham o
inspetor Geraldo Moacir Aderno
Murta, conhecido como Murta, e
o detetive Marcelo Gonçalves, cujo apelido é Louzada. Nos registros do telefone celular de Santos,
além de fotos da carceragem da
10ª Delegacia, a PM encontrou sete números tidos como suspeitos.
O número registrado como sendo de "Dr. Messias" pertence ao
ex-titular da 10ª Delegacia. Nos
outros números, ninguém atendeu as ligações da reportagem.
O preso Santos cumpre pena
em regime semi-aberto. Segundo
o delegado Messias de Fátima
Corrêa, ele não tinha autorização
para deixar a delegacia, mas poderia fazer serviços internos, como limpeza. Ele disse que as circunstâncias da fuga ainda são
desconhecidas.
A Polícia Civil informou que o
suposto envolvimento dos policiais no caso não foi o "fator determinante" das transferências.
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