São Paulo, terça-feira, 09 de maio de 2006 |
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JUSTIÇA Ela nega ter incitado desrespeito a decisões judiciais Ambientalista presa é mantida algemada em hospital da Bahia
LUIZ FRANCISCO DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR Presa há quase três semanas, a ambientalista e engenheira agrônoma Telma Pereira Lobão, 47, está algemada há seis dias em uma enfermaria do Hospital Santo Antonio, em Salvador, por decisão da Justiça. Telma foi detida em Cruz das Almas (município a 142 km de Salvador) no dia 19 de abril, sob a acusação de conclamar a população da cidade a desrespeitar as decisões das juízas Olga Guimarães e Maria Auxiliadora Leite. A ambientalista disse que criticou algumas vezes as juízas por soltarem acusados de crimes ambientais. "O que estão fazendo com a engenheira fere qualquer princípio de direito. Mantê-la algemada em um leito hospitalar é uma excrescência", disse o advogado Romário Gomes, coordenador da comissão de direitos humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) da Bahia. A Folha entrou em contato com o fórum de Cruz das Almas, mas não conseguiu falar com as duas juízas durante a tarde e a noite. Desde que foi presa, Telma iniciou uma greve de fome -sua transferência para o hospital foi pedida por médicos que perceberam a sua debilidade. "Jamais desrespeitei as decisões judiciais, só organizei uma passeata contra as duas juízas porque não concordava com algumas medidas", disse a ambientalista. Além da algema presa à cama, Telma está sob custódia policial 24 horas por dia, segundo informações do hospital. "Acho que ela está sendo mais vigiada do que o traficante Fernandinho Beira-Mar, que só é algemado quando é transferido de presídio", disse Romário Gomes, que já ingressou na Justiça com um pedido de habeas corpus para libertar a engenheira. Texto Anterior: Crime: Empresário é assassinado em seu apartamento no Rio com pelo menos 15 facadas Próximo Texto: Panorâmica - Venda Fracionada: Projeto de lei prevê produção de medicamentos em embalagens unitárias Índice |
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