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Aliados se enfrentam por controle político
da Reportagem Local
Em 97, primeiro ano do governo
Celso Pitta (sem partido, na época
no PPB), os vereadores da bancada
governista ameaçaram diversas
vezes obstruir a aprovação de projetos de interesse do Executivo caso não ganhassem mais espaço na
administração pública.
Para acalmar os ânimos e garantir sua sustentação política, Pitta
aceitou o loteamento da cidade entre os parlamentares. Entraram na
partilha os módulos do PAS, as administrações regionais e as delegacias de ensino.
Os benefícios, porém, parecem
não ter vindo sem uma acirrada
disputa nos bastidores da situação.
De acordo com relato do vereador Osvaldo Enéas (Prona), acotovelavam-se pelo módulo 5 (Itaquera) do PAS, por exemplo, além dele
e do vereador Toninho Paiva
(PFL), os pepebistas Emílio Meneghini, Vicente Viscome, Dito Salim
e Zé Índio.
Na partilha, Toninho Paiva levou
o PAS Tatuapé (módulo 15). Meneghini ficou com a Regional de
Aricanduva/Vila Formosa e com a
Delegacia de Ensino 7 (Aricanduva/ Ermelino/Mooca/Penha).
A Viscome coube a Regional da
Penha. Para Dito Salim foram oferecidas a Regional e a Delegacia de
Ensino de Itaquera. Zé Índio passou a controlar a Regional e o PAS
da Mooca (módulo 4).
A negociação foi conduzida, de
acordo com os próprios vereadores, pelo então secretário de Governo, Edevaldo Alves da Silva. Ele
decidia quem controlaria que órgão da administração pública.
Em entrevista concedida à Folha
durante uma dessas rebeliões de
97, o ex-vereador Mário Noda
(PTB), que controlou a Regional
da Lapa na gestão Paulo Maluf
(1993-96) -quando Edevaldo já
tinha essa função-, disse que os
vereadores mais influentes ficam
com os melhores postos.
Na ocasião, o vereador Ivo Morganti (PFL) também confirmou
que o "professor Edevaldo", como
é conhecido, é a pessoa responsável por negociar com os vereadores. "É um processo normal: você
encaminha seus pedidos políticos
ao secretário de Governo. É ele
quem discute com o Celso Pitta",
disse. Morganti herdou de Enéas a
Regional da Casa Verde.
O vereador do Prona, que não
quis dar entrevista à Folha na semana passada, disse em 97 que
costumava conversar com o secretário de Governo, informação confirmada em diálogos gravados.
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