Entoando cânticos, comerciante disse aos policiais que queria abençoar o local

Mulher admitiu que o marido tem "surtos periódicos"; se condenado, representante comercial será obrigado a prestar serviços comunitários

RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL

As pessoas no saguão se surpreenderam. Pensaram tratar-se de uma jogada de marketing. Seguranças e policiais temiam alguma ação criminosa. O motivo: às 6h35 de ontem, um carro entrou em pleno saguão do aeroporto internacional de Guarulhos (Grande São Paulo), o mais movimentado do país.
Dentro de um Uno 1994, no terminal de desembarque 1, destinado aos vôos nacionais, um homem que, segundo os policiais, não era marqueteiro, tampouco criminoso. O representante comercial José Luís de Oliveira, de Taquara (RS), com uma bíblia nas mãos, tinha razão mais pacífica. Segundo a PM, o representante comercial afirmou que estava ali para abençoar o aeroporto, que tem movimento de 100 mil pessoas/dia. Não houve feridos.
Oliveira, que estaria em São Paulo a trabalho, foi levado para fazer exames e os resultados indicaram pressão arterial e pulso normais. Encaminhado para avaliação psiquiátrica, no entanto, fugiu. Depois, foi achado próximo do hospital.
A mulher de Oliveira, Rozana, disse ontem à polícia, por telefone, de Taquara, que o marido tem "surtos periódicos". Ela chegou a São Paulo à tarde para encontrar o marido. A Folha não conseguiu falar com Rozana, mas na casa dela, no Rio Grande do Sul, a informação era que o comerciante estava bem, na casa de amigos.
De acordo com o delegado plantonista Cícero Simão Costa, foi registrado um termo circunstanciado de "direção perigosa" e Oliveira foi multado em 80 Ufirs (Unidades Fiscais de Referência), equivalente a R$ 85,12. O comerciante deve ser convocado a comparecer à Justiça. Se condenado, prestará serviço comunitário. Infraero negou falha da segurança.


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