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Movimento muda sigla de referência de "GLBT" para "LGBT"
A palavra "lésbicas" antecede, a partir de agora, a palavra "gays"; militante diz que troca atende a antiga reivindicação
Conferência cria ainda duas expressões para homofobia: "lesmofobia", no caso de preconceito contra lésbicas, e "transfobia", para travestis
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A 1ª Conferência Nacional de
Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, realizada
entre o dia 5 de junho e ontem,
em Brasília, anunciou uma mudança na nomenclatura de referência do movimento. A palavra "lésbicas", agora, antecederá a palavra "gays". Em vez de
GLBT, o nome passa a LGBT
(Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis e Transexuais).
"A mudança atende a antiga
reivindicação das lésbicas,
além de seguir o padrão internacional", diz Toni Pires, presidente da Associação Brasileira
de Gays, Lésbicas, Bissexuais,
Travestis e Transexuais.
Segundo ele, a lésbica é discriminada "primeiro por ser
homossexual, depois por ser
mulher". A mudança é importante, diz, por privilegiá-la e
também por combater o machismo, "o pai da homofobia".
Homofobia
Os representantes de várias
entidades que participaram da
conferência em Brasília decidiram ainda usar duas outras expressões para caracterizar a homofobia: "lesmofobia", quando
as vítimas forem as lésbicas, e
"transfobia", quando o preconceito for referente às transexuais e travestis.
Pires cita a recente polêmica
entre o atacante Ronaldo e travestis, no Rio, quando, segundo
ele, autoridades e a mídia trataram o tema com preconceito. O
uso do artigo "o" travesti, afirma, é uma "ofensa" a uma pessoa que, "embora tenha o sexo
biológico masculino, se enxerga como mulher".
Políticas públicas
A conferência, que contou
com o apoio e a presença do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, propôs um plano nacional de políticas públicas para a
comunidade, além das criações
de um conselho nacional e de
uma subsecretaria no governo
federal, que ficaria subordinada à Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência
da República.
"Melhor seria a criação de
uma secretaria, como a da
Igualdade Racial ou a de Políticas para as Mulheres. Mas ainda não estamos com essa bola
toda", concluiu Pires.
(LUCAS FERRAZ)
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