São Paulo, segunda-feira, 09 de junho de 2008

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Movimento muda sigla de referência de "GLBT" para "LGBT"

A palavra "lésbicas" antecede, a partir de agora, a palavra "gays"; militante diz que troca atende a antiga reivindicação

Conferência cria ainda duas expressões para homofobia: "lesmofobia", no caso de preconceito contra lésbicas, e "transfobia", para travestis

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, realizada entre o dia 5 de junho e ontem, em Brasília, anunciou uma mudança na nomenclatura de referência do movimento. A palavra "lésbicas", agora, antecederá a palavra "gays". Em vez de GLBT, o nome passa a LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais).
"A mudança atende a antiga reivindicação das lésbicas, além de seguir o padrão internacional", diz Toni Pires, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais.
Segundo ele, a lésbica é discriminada "primeiro por ser homossexual, depois por ser mulher". A mudança é importante, diz, por privilegiá-la e também por combater o machismo, "o pai da homofobia".

Homofobia
Os representantes de várias entidades que participaram da conferência em Brasília decidiram ainda usar duas outras expressões para caracterizar a homofobia: "lesmofobia", quando as vítimas forem as lésbicas, e "transfobia", quando o preconceito for referente às transexuais e travestis.
Pires cita a recente polêmica entre o atacante Ronaldo e travestis, no Rio, quando, segundo ele, autoridades e a mídia trataram o tema com preconceito. O uso do artigo "o" travesti, afirma, é uma "ofensa" a uma pessoa que, "embora tenha o sexo biológico masculino, se enxerga como mulher".

Políticas públicas
A conferência, que contou com o apoio e a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, propôs um plano nacional de políticas públicas para a comunidade, além das criações de um conselho nacional e de uma subsecretaria no governo federal, que ficaria subordinada à Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.
"Melhor seria a criação de uma secretaria, como a da Igualdade Racial ou a de Políticas para as Mulheres. Mas ainda não estamos com essa bola toda", concluiu Pires.
(LUCAS FERRAZ)


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